sexta-feira, abril 24, 2009

Viu, não vai dar em nada!

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Na base da pressão política de um grupo expressivo de deputados, o presidente da Câmara Federal Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), eleito pelo povo do estado de São Paulo, volta atrás e desiste de usar um ato administrativo, de efeito imediato, para restringir o uso da cota de passagens aéreas. A resolução do projeto, agora vai ao plenário para ser decidido em votação.

Acuado e temeroso diante da pouca coesão da Mesa Diretora, além do receio de ser derrotado e surpreendido diante da reação negativa dos líderes partidários em ver a maioria do plenário derrotar a Mesa, o presidente da Casa afrouxou as regras, abrindo uma brecha para que mulheres e filhos menores de idade possam voltar a voar com parlamentares às custas da Câmara.

Foi difícil conter a rebelião na sessão plenária diante da insistente reclamação da proibição de viagens de parentes, e outros pelo excesso de burocracia por causa da exigência de autorização da terceira secretaria para viagens de assessores.

Sendo assim, o presidente da Casa lava as mãos e entrega a responsabilidade da resolução do projeto ao plenário. Mas, para que aja aprovação, é necessário garantir a urgência do projeto que exige apoio de no mínimo 257 dos 513 deputados, ou seja, a metade mais um dos presentes à votação.

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Como se a cota de passagens aéreas fosse um benefício do próprio parlamentar e não um instrumento para o exercício do mandato.

É impressionante que diante da reação da opinião pública, ainda existam deputados que insistem em defender maiores privilégios. De repente, de um dia para o outro, viraram homens de família, preocupado com as esposas e filhos que não podem ir até Brasília para visitá-los.

Tudo bem que a Câmara pague uma passagem ao mês para os familiares, mas o problema é que eles sempre dão um jeitinho e a coisa foge do controle, afinal foram eles mesmos que criaram esta situação, por isso, é necessário aplicar um maior rigor nas emissões dessas passagens.

Enquanto isso, os assuntos de importância ficam obstruídos na Casa. Não se discutem nada. Não se aprova mais nada. Depois não querem que aja um movimento para o voto facultativo ou para o voto nulo. Quando o político fica muito tempo dentro da corporação, ele perde a noção e o sentido da sociedade civil e isso é perigoso.

O Senado e a Câmara estão paralisados, não decidem mais nada, não saem desse círculo vicioso de discussão de coisas erradas e insistem na posição equivocada diante da opinião pública.

Por isso é importante que o eleitor pare com essa coisa de reeleger esses políticos de carteirinha. É necessário renovação. É necessário acabar com a reeleição. É necessário uma reforma política séria, para a recuperação da imagem do Legislativo.
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