sexta-feira, junho 26, 2009

Negócio de família



A divulgação dos 663 atos secretos usados para nomear parentes, amigos, criar cargos e aumentar salários, resultou na descoberta de que o neto do ex-presidente da república, coroné do Maranhão e senador pelo Amapá pelo velho Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), é um dos operadores do esquema de crédito consignado da Casa desde 2007. Responsável pelos conchavos políticos para regularizar e controlar o empréstimo e o crédito consignado com desconto na folha do servidor público. Lógico. Tudo dentro da (sua) visão empresarial (como aquela antiga Lei de Gerson de levar vantagem). A intermediação de empréstimos consignados se transformou numa verdadeira mina de dinheiro nos últimos anos.

Então, mais uma vez, o todo poderoso coroné do Maranhão e senador pelo Amapá (que me perdoe os amapaenses) pelo velho Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), está com o nome envolvido em mais uma nova denúncia (mas claro, é tudo culpa da mídia direcionada). E a lista não para aí, inclui ainda, outro neto, duas sobrinhas e uma ex-nora, a maioria contratada por atos secretos.

A consultoria do neto do ex-presidente da república, coroné do Maranhão e senador pelo Amapá (que me perdoe os amapaenses) pelo velho Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), opera em nome de seis bancos, e muito longe dos endereços declarados em documentos oficiais. Esse submundo do crédito consignado no Senado formado nos últimos anos por meio de atos secretos e boletins públicos, rendeu um ganho aproximado de pelo menos R$ 2,3 milhões, apenas com a intermediação de empréstimos junto a grandes bancos. Isto é, tudo tinha que passar por ali, ninguém se mete no campo de atuação do outro e os juros eram todos combinados.

Galinha dos ovos de ouro, pois, se trata de um crédito mais barato porque o risco de calote é muito baixo e o pagamento é descontado diretamente do contracheque do salário do servidor. Aproximadamente 40 bancos estão credenciados para operar esses empréstimos consignados, o que gerou um movimento de crédito em torno de R$ 1,2 bilhão apenas no Senado nesses últimos três anos. Fala aí leitor, o negócio é bom ou não é?

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Não é por nada não. Mas no meu entendimento o nome disso é corrupção passiva, formação de quadrilha e falsidade ideológica. O neto nega que o parentesco com o ex-presidente da república, coroné do Maranhão e senador pelo Amapá (que me perdoe os amapaenses) pelo velho Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), tenha favorecido a formação de sua empresa. E disse ainda, que o avô sabia que a consultoria trabalhava com empréstimos consignados, mas desconheceria sua atuação no Senado. (ah! ah! ah! faz-me rir!).

O ex-presidente da república, coroné do Maranhão e senador pelo Amapá (que me perdoe os amapaenses) pelo velho Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), cometeu erros que podem lhe custar o cargo de presidente do Senado. Mas não se preocupem, não há perigo de perder o mandato. Ele errou em afirmar que está sendo perseguido por apoiar o presidente da República e isso rendeu no afastamento de seus apoiadores do DEM (Partido Democratas) e do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira). E errou também, em responsabilizar a imprensa pelo noticiário negativo a seu respeito se dizendo vítima de uma campanha midiática, o que estimulou a imprensa em investigar esse amontoado de irregularidades.

(É prezado leitor, a vida de coroné não é fácil)


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quinta-feira, junho 25, 2009

A genialidade da minirreforma tributária


Sob a alegação de que reduziria os itens básicos de consumo popular para beneficiar a população de baixa renda, o rolo compressor da bancada do Governo do Paraná na Assembleia Legislativa, aprovou em dezembro passado, a minirreforma tributária (e política), isto é, a lei 16.016 que reduz de 25% para 12% o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), sobre 95 mil itens de consumo popular como: medicamentos, alimentos, produtos de higiene pessoal, eletrodomésticos, entre outros.

Em contrapartida, para compensar a perda de receita e atender a Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo paranaense aumentou em dois pontos porcentuais o ICMS de gasolina, álcool anidro, energia elétrica, comunicações, bebidas e cigarros. Em suma, a minirreforma que prometia reduzir em média 8% os preços dos 95 mil itens de consumo básico popular parece que não atendeu ao seu objetivo e não chegou ao seu destinatário final, o consumidor.

Pesquisa apresentada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela que das 17 capitais brasileiras, 15 delas, entre elas Curitiba, apresentaram um aumento de preços sobre os itens dos produtos da cesta básica no mês de maio. Em outro relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o índice de inflação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), nacional e por capitais, mostra que no mês de abril, Curitiba apresentou um aumento de 0,82% no índice do INPC (preços ao consumidor), o segundo maior do país, atrás apenas de Porto Alegre que teve 0,91%.

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Em novembro do ano passado, escrevi aqui neste mesmo canal de comunicação, que não seriam repassados descontos ao consumidor, devido a contrapartida do governo estadual em aumentar os impostos dos combustíveis, energia elétrica, telecomunicações, cigarros e bebidas, em troca da redução daqueles 95 mil itens. E não é necessário ser economista para entender que insumos, isto é, esse conjunto de elementos que entra na produção de bens ou de serviços (principalmente o combustível, a energia elétrica e a telecomunicação), fazem parte dos componentes básicos de custo de qualquer planilha empresarial, portanto, fica embutido no produto final.

Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza não houve reforma tributária e tiveram queda de preços. Brasília, Goiânia, Belém, não tiveram queda nos preços, mas aumentaram menos do que Curitiba. Que fórmula é essa governador? Ou os supermercadistas não repassaram a redução de imposto para o consumidor, ou a grande política fiscal do Governo do Paraná está equivocada.

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quarta-feira, junho 24, 2009

O medo de “pardais” vem da dependência de variáveis


Um Passat Preto Alemão passa em sobrevoo na esquina das ruas Ivo Zanlorenzi com Paulo Gorski, na capital paranaense. Violentamente colide e deixa um saldo de dois mortos para alimentar as lágrimas das mães que esperavam seus filhos.

O dia era 7 de maio. Madrugada fria na gélida Curitiba de inverno...

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Pois bem. Aderindo a um subterfúgio para fugir da evasiva do acontecimento funesto, o ponto nevrálgico a ser tocado é outro.

Além do erro humano e além das marcas da tragédia, o fato gera dúvidas sobre a eficiência do sistema de monitoramento eletrônico que controla a velocidade dos veículos nas vias da cidade, pois o Passat Preto Alemão que rodava a uma velocidade absurda, e bem superior ao padrão estipulado pela legislação que rege o município, não aparece nos registros dos (vários) equipamentos de monitoramento eletrônico.

Descobre-se então que, o sistema é falho, depende de variáveis como a condição do local, do trânsito de veículo entre faixas, da passagem de dois veículos ao mesmo tempo pelos sensores, a faixa de leitura do equipamento, além daqueles veículos que desaparecem misteriosamente da via. A falha acontece tanto com veículos que estão acima da velocidade, como aqueles que estão dentro do limite.

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Muito se cobra no imposto do cidadão para sustentar a instalação e a manutenção desses equipamentos. Muito se fala sobre a indústria das multas, mas quem garante a funcionalidade desses radares. Assim como há a possibilidade de um veículo não ser registrado pelos equipamentos, também há uma possibilidade de um veículo que transita a 55 km/h aparecer no registro do sistema a uma velocidade de 155km/h.

Portanto, não há garantia de confiabilidade nesse sistema. Quando o cidadão comum acha que está sendo lesado e entra com um recurso no Instituto de Urbanização recebe logo um não como resposta e a fotografia congelada do veículo, bem como, os dados impressos de um equipamento que não transmite confiança ou credibilidade.

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Será que os “pardaizinhos” cumprem apenas com a função do psicológico que cria a existência do medo pré-estabelecido de ultrapassar o limite padrão?
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terça-feira, junho 23, 2009

Inaptidão ou incapacidade de julgar?


Como analisar uma deliberação absurda que chegou ao STJ (Supremo Tribunal de Justiça), depois de o Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul ter rejeitado a acusação contra dois homens que contrataram adolescentes para manter relações sexuais a um preço módico de R$ 80.

Então quer dizer que pagar por sexo com criança não é crime? Para o STJ não!

A tese é de que um “cliente ocasional” não comete crime ao pagar para fazer sexo com crianças ou adolescentes, porque o fortuito não configura a responsabilidade de ser o aliciador que iniciou as atividades sexuais dos envolvidos, além de quê, as prostitutas que esperam o cliente na rua, já não são mais pessoas que gozam de uma boa imagem perante a sociedade. Assim é o entendimento do magistrado, onde analisa que, a prostituição é uma profissão tão antiga que é considerada apenas um desregramento moral no meio social, portanto, jamais seria fruto de uma ilegalidade penal.

A consequência desse veredicto resultou apenas na condenação dos dois jovens por porte material pornográfico, visto que, além do programa consumado com as garotas, eles ainda tiraram fotos das meninas nuas. O fato foge de tudo o que vem sendo discutido sobre direitos humanos e pode abrir um precedente perigoso.

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O Brasil tem uma das legislações mais avançadas do mundo quando o assunto é infância e adolescência. Foi o pioneiro na adoção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Tem representação signatária em tratados internacionais. Então como pode um magistrado entender que crianças que já foram exploradas anteriormente dá direito de salvo-conduto aos “inocentes de ocasião”, digo, ao freguês casual, ou melhor, ao aliciador ocasional.

O artigo 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é claro ao afirmar que exploração sexual infantil é crime. Já o artigo 227 da Constituição Federal diz que fazer sexo com crianças ou adolescentes mediante pagamento é crime independentemente da frequência.

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A situação é inqualificável. Inaptidão ou incapacidade?

Julgaram a míngua do meu diploma de jornalista e agora julgam um salvo-conduto a aliciadores de menores. O que acontece com os Supremos STF e STJ?

Neste caso fica o subentendido de que as decisões judiciais que passaram por dois tribunais deixaram claro que a condição de criança ou adolescente é apenas um detalhe insignificante, já que os tribunais reconhecem menores aliciadas como prostitutas.

Eu quero ser juiz sem diploma de direito!
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quinta-feira, junho 18, 2009

Aqui tem cada coisa...


A Comissão de Finanças e Tributação no Congresso Nacional aprovou a proposta que legaliza os bingos, videobingos e videojogos em terras brasileira.

A votação foi acompanhada de perto, por representantes de diversas entidades que defendem a legalização dos jogos no país, embora dependa ainda, de uma aprovação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, para depois ser encaminhada ao Senado, onde será submetida à avaliação e aprovação dos senadores, para que a atuação dessas empresas de jogos estejam em condições legais de operar no Brasil.

Os argumentos favoráveis são muitos e sustentáveis, como a possível criação de até 200 mil postos de trabalho e a possibilidade de arrecadar perto de R$ 9 bilhões em tributos por ano.

Mas, como nem tudo são flores. Nem os aplausos, nem a aprovação do projeto na Comissão de Finanças e Tributação ficou livre de receber críticas e rejeição por parte de alguns parlamentares que chegaram a apresentar emendas para que fossem proibidos os jogos pela internet, inclusive com a punição das empresas de cartões de crédito que fazem essas operações, mas sem sucesso.

Um segundo texto aprovado, proíbe que as casas de jogos tenham suas instalações localizadas nas proximidades de escolas. Outra crítica embasada é de que o Brasil já tem um elenco muito grande de jogos autorizados pela Caixa.

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Mas o mais interessante nessa proposta, e o que mais me chamou a atenção nesse projeto, é que ele proíbe apostas feitas por pessoas viciadas em jogos e que sejam cadastradas nacionalmente pelo governo. Na minha opinião, seria o mesmo que liberar o uso de drogas no Brasil, menos para os viciados.

Então me pergunto. Como será feita a triagem dessas pessoas viciadas em jogos? Como será feita a abordagem dessas pessoas viciadas em apostas nessas casas de jogos?
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terça-feira, junho 09, 2009

A disputa de egos


O racha no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) no Paraná parece inevitável para a disputa de quem será o postulante em assumir a candidatura ao posto maior no Palácio das Araucárias. O prefeito de Curitiba afirma estar preparado, e o senador paranaense insinua que não pode apoiar o próprio partido se não for o escolhido, devido à questão familiar.

Cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém e cabe aos pré-candidatos avaliar que em primeiro plano, vem o partido político. Porém, nada que uma convenção interna partidária não resolva, embora o encontro da cúpula do PSDB realizado em Foz de Iguaçu, no Oeste do Estado, tenha evidenciando um princípio de racha interno.

O presidente estadual da legenda (PSDB), afirmou que o prefeito de Curitiba é o melhor representante tucano para concorrer ao governo do estado em 2010, portanto é viável arriscar a prefeitura da capital. Mas, o senador paranaense afirma que tem condições de agregar uma aliança mais consistente, inclusive com o apoio do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). A aproximação com o atual governador do estado demonstra essa veemência.

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O problema é que a próxima eleição será daqui a maaaissss de um ano. As convenções partidárias que irão firmar as alianças políticas será daqui a maaaissss de seis meses. E o mais engraçado, é que eles ponderam um discurso de que é muito cedo para se falar em eleição, e que o nome do candidato vai sair das consultas às bases. Isto é, ficam fazendo um barulho danado para nada nessa disputa de egos, em vez de demonstrarem serviço.

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Quem pode, pode...
Essa desculpa do senador paranaense de que não pode apoiar o mesmo partido se não for escolhido como candidato oficial à disputa para o governo do Estado não configura em traição ideológica partidária? Por muito menos já vi neguinho ser defenestrado de um partido político!
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segunda-feira, junho 08, 2009

Reparar os erros


Países da América Latina aumentam a pressão sobre os EUA e revogam a suspensão de Cuba, na 39ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), realizada em Honduras.

O retorno de Cuba à OEA, anula uma decisão tomada na desditosa decisão da reunião de Punta del Este, no Uruguai, em janeiro de 1962, decorrente da crise dos mísseis de Cuba, quando no auge da Guerra Fria, os Estados Unidos divulgou fotos de um vôo secreto realizado sobre a ilha, onde apontou silos para abrigar mísseis nucleares.

O isolamento e as sanções contra a forma de governo de Fidel Castro apresentavam o mais grave defeito de qualquer política capitalista, evitar a consolidação da influência soviética e a expansão do regime comunista. Os americanos aceitariam a opção marxista de Havana em troca da neutralização da ilha nas questões políticas e estratégicas da Guerra Fria.

A reparação ou essa possibilidade de retorno de Cuba à organização após 47 anos, não causa otimismo para a população, que demonstra total desinteresse e desprezo em aceitar a inclusão e a concordância do país em cumprir as convenções da OEA sobre direitos humanos e outras questões.

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Cuba não precisa participar de convenções sobre direitos humanos ou de ganhar afagos ou esmolas. Cuba necessita do rompimento do embargo econômico, a mais cruel das medidas. Cuba precisa de financiamentos para infra-estrutura, de empréstimos internacionais para fomentar o seu desenvolvimento, de parcerias para desenvolver as relações econômicas e comerciais. Cuba precisa de construção de estradas, de recuperação de hotéis, de novas linhas de energia e de comunicação (para se ter uma idéia, cada cubano que queira adquirir um celular precisa pagar uma taxa de inscrição equivalente a três meses de salário de um trabalhador médio). Cuba precisa de reparos urgente.

Mas a bem da verdade, é que Cuba precisa mesmo de uma política democrata.
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sexta-feira, junho 05, 2009

Foro privilegiado é inconstitucional


Deputado paranaense do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) usa a tribuna para defender os benefícios do foro privilegiado para os políticos enrolados com a Justiça. A insistente defesa é tamanha, que intriga parlamentares e até mesmo nós, cidadãos comuns e mortais, que não fazem parte dessa esfera de privilégios.

Uma pergunta não quer se calar. Será que nobre deputado teme que foro privilegiado e a imunidade parlamentar sejam erradicados da política brasileira? Por quê?

É bem verdade que o foro privilegiado foi uma conquista em defesa do direito do legislador, mas isso foi nos anos de chumbo, quando a máquina do governo agia com repressão. Nos dias atuais, com a evolução dos sistemas e das leis que compõe a sociedade, esse negócio de foro privilegiado, soa algo como constitucionalmente ilegal, conforme o inciso XXXVII do artigo 5º de nossa magna carta que diz "não haverá juízo ou tribunal de exceção".

Então, outra pergunta não quer se calar. O que faz o político ser melhor que o cidadão comum? O foro de privilégio beneficia em muito, os corruptores e os criminosos políticos.

Muito bem, muito bem. Isso aqui não é um tribunal da inquisição e cada cidadão tem o direito de se manifestar, como no caso do nobre deputado, que justifica que o foro e a imunidade estão longe de ser proteção ao cidadão investido em cargo político, mas, sim, ao mandato. E ao se negar o foro privilegiado está se negando defesa ao detentor de mandato.

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Não é plausível, nobre deputado, a desculpa de que o detentor de mandato pode facilmente ser acusado por razões politiqueiras, pois, se as acusações não procederem, então não há o que temer. Ou vossa excelência não acredita na justiça?

Os recursos e defesas beneficiam os inocentes e a defesa deve ser igual para qualquer cidadão, afinal, quem não deve não teme!
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quinta-feira, junho 04, 2009

Enfim um projeto para sustentar


Um projeto de lei de autoria do senador gaúcho do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB-RS), que propõe alteração no Código Eleitoral com a intenção de impedir que candidatos com a ficha suja concorram a cargos eletivos, além de exigir idoneidade moral e reputação ilibada dos mesmos, foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

É o primeiro passo, pois a proposição que tem caráter terminativo, isto é, não necessita de aprovação no plenário do Senado, agora segue para análise na Câmara dos Deputados. Se não for indeferido, os requisitos de aptidão adquirida pela prática moral e reputação imaculada, passará a ser exigido, tanto pelos agentes públicos como dos candidatos.

O texto se sustenta juridicamente, se faz impor como exigência constitucional, portanto, não pode ser ignorado. A legislação eleitoral tornará inelegíveis os candidatos condenados em definitivo por diversos crimes.

Como está hoje, as disposições da lei viabilizam a candidatura daqueles que recorrem de inúmeros recursos legais para postergar o trânsito das eventuais condenações criminais a serem julgadas. E isso proporciona aumento da corrupção e da irresponsabilidade nos Poderes Legislativo e Executivo.

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A reputação ilibada dos candidatos deve ser exigida não apenas para aqueles que disputam uma vaga no Poder Legislativo, mas também aos futuros ocupantes de cargos no Executivo. É uma garantia para o cidadão, de escolher o seu candidato entre aqueles com conduta moral ética e compatível com as responsabilidades do cargo eletivo a ser disputado.
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quarta-feira, junho 03, 2009

Falta de estímulo não é!


A velha manobra política em favor da reeleição, onde se coloca em prática mudança na Constituição parece encontrar voz em muitos dos políticos em Brasília. A ação é conjunta, e reflete na imprensa brasileira que não descansa enquanto não arrancar a fórceps, da boca do Presidente da República Federativa do Brasil, do Partido dos Trabalhadores (PT), alguma declaração que possa denunciar o desejo de um terceiro mandato, para sim, poder colar a pecha de ditador chavinista na imagem presidenciável, às vésperas de um ano eleitoral.

Por enquanto, as bases eleitorais ainda não estão contaminadas com a onda do terceiro mandato. Porém, quando acenderem a fogueira política que envia sinal de fumaça, e o vento soprar a favor dos receptores que identificam através da semiótica, o teor dos sinais. Então, será difícil segurar as forças ocultas que trabalham com moedas e barganhas para a alteração da Constituição Federal. E esse filme já foi visto, caso que ocorreu com o antecessor presidencial quando emendou um segundo mandato, portanto, é passível de prerrogativa.

A dúvida configura. De um lado, abraçado à popularidade, o Presidente da República Federativa do Brasil, do Partido dos Trabalhadores (PT), fala a língua dos anjos, da distribuição de renda, do amparo alimentar e da identidade nacional. De outro, vive em franca liberdade de movimento que pode suscitar o seu sucessor. Esse fenômeno de popularidade consegue estabelecer com o eleitorado uma linha de comunicação praticamente imune aos fragores da mídia, portanto, só não terá um terceiro mandato se ele próprio não quiser.

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A resistência não incomoda. Não há resistência. A oposição está perdida em CPIs de indefinições. E o próprio senador do Partido da Social Democracia Brasileira do estado do Pernambuco (PSBD-PE) deixou claro, em entrevista, que falta comunicação por parte dos partidos políticos que trabalham na oposição.

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A insistência sobre o tema chega a ser cansativo, as variáveis a serem analisadas chegam a ser cansativo. Dissertar sobre a tese de terceiro mandato chega a ser cansativo. E os teóricos em comunicação de massa que expliquem o por quê, que um povo sem mídia, sobre o qual a mídia não atinge, age através da força da emoção e provocam um índice de popularidade que chega a ser extravagante.
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terça-feira, junho 02, 2009

Enquanto isso, nos subterrâneos do Congresso...


Com a batuta nas mãos, o líder PMDB’ista representante da república do Alagoas (PMDB-AL) no Senado, orquestra e escolhe os nomes dos componentes para os cargos de presidente e relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá investigar a ingerência administrativa que envolve contratos da Petróleo Brasileiro S/A (Petrobrás) com ONGs.


É obvio que a base aliada sabe desde a semana passada que comandará os dois postos-chave da CPI, mas o PMDB’ista, líder no senado, vetou no nascedouro a ação de alguns senadores por julgar que existia muita proximidade de aliança com o partido do governo.


Manobra ou estratégica política?


Além do atraso nas indicações, a queda de braço que envolve as lideranças, não admite a orquestração do Partido dos Trabalhadores (PT) na escolha dos nomes, e ao mesmo tempo, acena em não entregar os principais postos majoritários da CPI aos opositores.


Em desvantagem numérica, os partidos de oposição (PSDB e DEM ) se preparam para dar o troco na CPI das organizações não-governamentais (ONGs), enquanto assistem de camarote à disputa política e a birra dos desafetos maioritários do consórcio governista.


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Para quê tanto barulho por nada. Essa CPI chapa branca e corporativa não chegará a lugar algum, além do endereço da pizzaria mais próxima.

segunda-feira, junho 01, 2009

Brasília anuncia início de um novo folhetim


A partir de amanhã (terça-feira, 02), começa mais uma novela no Senado. Entrará no ar, para caráter nacional, a nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), composta para analisar assuntos de ingerência político-partidária na administração de contratos que envolvem a Petróleo Brasileiro S/A (Petrobrás).


Com a alegação de que 81% dos negócios executados pela estatal não apresentam transparência alguma, ou seja, são realizadas em processos sem concorrência pública ou, na melhor hipótese, em competição extremamente restrita, ou por convite direto, o Senado oferece a CPI, uma amostra de 4.885 contratos da estatal com seus fornecedores nacionais, entre 2007 e 2008, para “orientar” os rumos da averiguação.


Os negócios que envolvem essa rarefeita percepção de transparência na estatal de petróleo, não é apenas alvo de CPI, que somente no mês de maio, foram votados dois requerimentos para abertura de inquérito, mas também do Tribunal de Contas da União (TCU), que nos últimos dois anos, abriu quase duas centenas de processos contra a empresa pública, onde mais da metade, ainda em estágio de tramitação.


Irregularidades existem, e um caso emblemático envolve a construção da Refinaria Abreu e Lima, no Nordeste, orçada em R$ 9 bilhões e que pode consumir mais de R$ 23 bilhões nos cálculos de fornecedores de obras e equipamentos, mas isso é um pequeno detalhe diante da grandeza que representa a estatal.


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Tudo na mais ampla transparência. É bem verdade que a Petrobras ganhou nova dimensão como um instrumento de poder econômico e político. Alimenta uma rede social, sustenta organizações não governamentais e tem um caixa recheado como nunca antes na sua história. Com um orçamento que representa quase o dobro da arrecadação do Estado de São Paulo, o mais rico da federação, a Petrobrás é hoje, o novo lastro político do governo do Partido dos Trabalhadores (PT).


Será que essa comissão corporativa composta por uma presidência suprapartidária e uma relatoria aliada à base governamental irá conseguir desvendar os mistérios e abrir essa caixa preta?