quinta-feira, outubro 30, 2008

NÃO CHORES POR MIM HERMANOS




O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, exige do governo brasileiro uma reformulação do Tratado de Itaipu. Dentre as reivindicações que se encontram na pauta de negociações, estão quesitos como:

· a de que o Brasil pague mais pela energia que o Paraguai não usa e que nos vende;
· que ignore a dívida de 19 bilhões de dólares da construção da usina;
· que faça a interligação do sistema elétrico de toda a América do Sul;
· que o Brasil construa eclusas em Itaipu para tornar o Rio Paraná inteiramente navegável (detalhe: trata-se de uma transposição mediante estações elevatórias de 122 metros de altura da barragem e logicamente que financiadas com recursos brasileiros);
· de que o Brasil conceda liberdade para o Paraguai vender a energia a outros países;
· e por fim, que estabeleça absoluta paridade na gestão da empresa.

Ora, ora, na bunada não vai dinha? Vou reavivar o caso.

A usina de Itaipu é resultado de acordos entre a República Federativa do Brasil, no então governo do General-de-Exército Emílio Garrastazu Médici, e o presidente da República do Paraguai, General-de-Exército Alfredo Stroessner, considerando o espírito de cordialidade existente entre os dois países e os laços de fraternal amizade que os unem no interesse comum em realizar o aproveitamento hidroelétrico dos recursos hídrico do rio Paraná, mesmo que para isso, cubra-se de água, desde o salto Grande de Sete Quedas ou salto de Guairá até a foz do rio Iguaçu. Esse acordo ganhou impulso na década de 1960 e entrou em operação em 1984.

A empresa pertence aos dois países em partes iguais e cada um tem direito a 50% da energia produzida de acordo com o contrato assinado em Brasília no dia 26 de abril de 1973. Caso uma das partes não use toda a cota, vende o excedente ao parceiro a preço de custo. O contrato tem essa forma porque o Brasil bancou sozinho a construção e, depois, a recapacitação da usina. Ao vender energia a preço de custo, o Paraguai está pagando a sua parte de Itaipu. A última "prestação" vencerá em 2023, quando está prevista a renegociação do contrato que poderá ser reformulado apenas no anexo C do acordo, que fala do custo de serviço, ou seja, do preço da energia. Este tratado tem sido alvo de inúmeras críticas no Paraguai e foi o argumento principal do discurso que elegeu o seu atual presidente, Fernando Lugo, que segundo ele, trata-se de uma forma de imperialismo por parte do Brasil.

Para ilustrar um pouco mais o caso; Cerca de 20% da energia elétrica consumida no Brasil vem de Itaipu. O Paraguai utiliza apenas cerca de 5% dessa energia que atende uma demanda de 95% no país, sendo que o restante e vendido ao Brasil. Conforme o acordo firmado, o Brasil paga atualmente US$ 45,31 por megawatt ao Paraguai, dos quais US$ 42,5 abatidos da dívida que o Paraguai tem pela construção, restando assim, US$ 2,81 para o uso do país. Nesta operação, o Paraguai recebe entre as compensações e royalties, uma média de US$ 275 milhões anuais, porém, os paraguaios afirmam que, se vendessem a energia a valores de mercado, obteriam aproximadamente cerca de US$ 1,8 bilhão.

Essas questões econômicas são tecnicamente inexeqüíveis, ou seja, não se pode executar. Acredito que estão seguindo o conceito propagado pelo ditador Hugo Chávez que disse: “El Brasil es cagón”. Essa é uma típica política desastrosa colocada em prática pelo Brasil nas suas relações com a Bolívia
onde perdemos instalações da Petrobras e nos obrigamos a pagar mais pelo gás. O mesmo aconteceu com o Equador, que também ameaça a Petrobrás e outras empresas. E agora, com base neste princípio, chega o Paraguai com a intenção de levar a energia e mais o cofre de Itaipu. E quanto à dívida, o Brasil que pague... É como um jogo onde se apostam as fichas confiando na timidez e no medo dos adversários, incapazes de perceber o blefe.

E agora, como se não bastasse, integrantes do movimento de campesinos reivindicam a posse de pelo menos metade das terras de brasileiros no Paraguai, em uma estância com o nome de Londrina, Departamento (estado) de Canindeyú, na região de Salto del Guairá, fronteira com o Brasil. O clima é de tensão e as invasões de terras de brasileiros se tornaram mais frequentes. Há notícias de trocas de tiros entre invasores e seguranças contratados pelos donos de terras. Os campesinos tecem acusações e ressaltam o sentimento nacionalista embora neguem ter algum rancor em relação aos brasileiros que são donos de terras no país.

O presidente Fernando Lugo se elegeu tendo como pilar eleitoral diminuir a pobreza, rever o contrato de Itaipu e fazer a reforma agrária. Acontece que não se diminui o número de pobres por decreto; o contrato de Itaipu é claro e dificilmente será revisto; e a reforma agrária não se faz da noite para o dia. Na verdade, entendo que o presidente Lugo ainda não tomou uma definição exata para o seu governo.

E para nós, fica a intimidação? Não somos obrigados a aceitar nenhuma dessas reivindicações. Tratado é tratado e como tal é imutável e deve ser seguido. Sempre foi assim e é desta forma que o mecanismo do Fundo Monetário Internacional age em relação ao Brasil. Chegou a hora do governo brasileiro tomar pulso e parar de engolir sapos, cobras e lagartos. Não quero um Brasil cagón.

terça-feira, outubro 28, 2008

A CRISE VIRTUAL

A crise que assombra as economias mundiais há pouco mais de um mês já foi comparada a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929. Por enquanto o cenário não apresenta uma dramaticidade, as expectativas não são positivas, as perdas econômicas são mundiais e o que se vê é um crescimento sem controle do consumismo caracterizado pela forte abertura de mercado. Fenômeno da globalização econômica onde os pactos comerciais ditam as regras de mercado.

Bilhões de dólares em valores de ações do mercado internacional simplesmente evaporaram, desapareceram. Dissipou-se rapidamente do cenário de negócios do primeiro mundo. E você cidadão, que aplicou suas economias em plano de aposentadoria privada, fundo mútuo, ou então, naquela poupança planejada para a futura faculdade de seu(s) filho(s), certamente colaborou com uma fatia para alimentar esse “pequeno cash”, neste curto intervalo de tempo.

Bem, desgraças acontecem! Mas, o que realmente intriga é para onde foi todo esse dinheiro? Quem é o dono desse montante? Em algum lugar ele deve ter sido desembocado? Para algum lugar ele deve ter ido? Ou será, que simplesmente ele nunca existiu?

É tudo falácia! É tudo ilusão!

A matemática é lógica. Portanto, se houve perca, a perca deve ser permanente, ou estou enganado?Logo, entendo que pessoas andam negociando com dinheiro que nunca existiu.

TEMPOS IDOS

Quanto mais observo as ações de um certo secretário de governo, mais saudades eu sinto do “Candinho”.

(obs.: Eu detestava o Candinho!)

sexta-feira, outubro 03, 2008

CERTAS ESTAÇÕES

E a velha máxima continua e notadamente se observa. Quando o político se vê frente a frente com a decisão do eleitor, o apelo é generalizado e os sentimentos afloram: a culpa e a conseqüência de se ter feito o que não se devia fazer; o medo e o receio de ofender, de causar algum mal, de ser desagradável; a fé e a convicção da existência de algum fato ou da veracidade de alguma asserção; a raiva, a ânsia veemente, a aversão e as demonstrações explícitas de ódio; a alegria, o contentamento, o júbilo e o prazer moral, além, das cartas embutidas nas mangas que são regurgitadas através dessa metralhadora midiática.

Quiçá um truque besta ainda possa virar essa eleição e resultar no beneficio (no desfrute e no deleite) de uma cadeira conquistada no voto de misericórdia, algo que só o sufrágio pode proporcionar.