quinta-feira, maio 28, 2009

Estopim aceso e um alerta internacional


Os testes nucleares realizados pela Coréia do Norte, e seguido por lançamentos de mísseis de curto alcance no Mar do Japão colocam o resto do mundo em um estágio de apreensão, embora ajam informações de que não há mobilização de tropas dentro do país.

A preocupação tomou corpo, depois que a Coreia do Norte anunciou o rompimento do armistício (que pôs fim à Guerra da Coreia, em 1953), em resposta a uma iniciativa da Coréia do Sul que decidiu aderir a um programa liderado pelos Estados Unidos chamado de Segurança contra a Proliferação (PSI, na sigla em inglês), onde prevê a vistoria de navios suspeitos de transportar armas de destruição em massa.

Em outubro de 2006 a Coreia do Norte realizou o seu primeiro teste nuclear que envolveu a explosão de um artefato com potência estimada de 6 quilotons, o equivalente a 6 mil toneladas de dinamite. Esse último teste executado a poucos dias (segunda-feira, dia 25) sob as ordens do ditador coreano Kim Jong-il, demonstra o avanço no poderio militar desenvolvido no país nesses últimos anos.

Estima-se que a ogiva nuclear detonada nesse último teste submarino teria uma potência aproximada entre 10 e 20 quilotons, ou seja, comparável à que os americanos jogaram nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945 e que deixou um saldo de 140 mil a 220 mil mortos de forma instantânea.

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A Coréia do Norte é um Estado Stalinista, abandonado, solitário, autoritário, ditatorial e tão isolado, que as técnicas normais de uma opressão internacional não surtem efeitos. É um país misterioso onde quase ninguém entra. Nesse país não existe sociedade civil, não existe opinião pública, não existe imprensa, não existe congresso. E agora, estamos diante de um fato consumado, pois eles detonaram um segundo engenho nuclear, com poderio destrutivo muito superior ao primeiro, desafiaram o grupo dos seis, e sinalizam que irão prosseguir com os trabalhos de pesquisa bélica nuclear. O único país com influencia lá é a China, mas ela reluta em agir contra um antigo aliado, como se fosse uma criação própria, desde a Guerra das Coreias.

É uma situação delicada, eles desafiam mesmo e mandam um recado para o mundo: se afaste de nós. Ninguém gosta do regime da Coréia do Norte e todos desconfiam do país. Esse recado tem um motivo, e o motivo é que a Coréia do Norte está tratando de sua sucessão governamental, após o acidente vascular sofrido pelo seu ditador, em agosto passado. E ninguém sabe ao certo quem será o sucessor.

Essa talvez seja a mais complexa negociação que exista na diplomacia internacional, pois a qualquer sinal de uma invasão militar na Coréia do Norte, e mísseis serão disparados a presto contra a Coréia do Sul.

O que passa com a Coréia do Norte?

quarta-feira, maio 27, 2009

Governo atropela oposição


Não precedeu as negociações entre os líderes partidários do Democratas (DEM), representado por um senador do Rio grande do Norte, e outro, da parte do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), das terras do Alagoas, para fechar uma articulação política para dar andamento à abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), com teor de oposição, para investigar a Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Isso significa vitória do governo, pois, a linha de inquérito poderá tomar outros rumos.

O DEM queria a presidência com o PMDB na relatoria, mas a expectativa é de que a presidência fique com a senadora de Santa Catarina pelo Partido dos Trabalhadores (PT-SC) e a relatoria com o velho PMDB, representado pelo senador de Roraima. E como a comissão será composta por dos 11 elementos sendo 3 da oposição, e 8 da base aliada ao governo, contando (é claro) com os 3 PMDB’istas, (onde mais uma vez, o velho partidão aliado de todos os governos dão as cartas), resultará em muito barulho para nada.

Como forma de retaliação o DEM, aliado aos partidos opositores, prometem obstruir todas as sessões do Senado até uma negociação palatável.

A CPI contará com nomes de peso. Do lado do Governo entra a petista de Santa Catarina, líder do governo no Congresso, e o PMDB’ista de Roraima, líder do governo no Senado, além do auxílio de um ex-presidente da República que, em 1992 sofreu impeachment, e hoje é senador pelo Partido Trabalhista Brasileiro, eleito pelo povo de Alagoas (PTB-AL).

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Então fica o dito pelo não dito, e o panorama geral fica esclarecido desta forma. Pelo lado do Senado, o governo domina uma CPI chapa branca devido a votação de lideranças. Pelo lado da Câmara, fica o encargo de colocar em pauta o projeto da (meia) reforma política. Em suma, mais uma vez o Congresso ficará engessado nesse processo que deve se estender até o recesso do meio do ano para depois cair no esquecimento.

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Outro detalhe é que muitos acham que os partidários do DEM, não estão muito entusiasmado com essa CPI, devido ao fato de que a oposição teria a intenção de desmoralizar a Petrobrás.

terça-feira, maio 26, 2009

A suscetibilidade no julgo do sucessível


Quatro dos cinco integrantes da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná, responsáveis pela investigação do caso do deputado do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que confundiu a Avenida Monsenhor Ivo Zanlorenzi em Curitiba, com uma Autobahn na Alemanha, estão sob ameaça de suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por infrações de trânsito.


O presidente da comissão, responsável pela avaliação do caso, deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), responde a processo de suspensão da carteira de habilitação por infração gravíssima registrada em 2003. Outros três integrantes da Comissão de Ética, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), do Democratas (DEM) e do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), não vêem empecilhos que justifiquem o impedimento de participar da investigação contra o deputado veloz.


Das demonstrações de inocência onde procedem as justificações seguem:

* Um viajava pelo Rio Grande do Sul em 2003 a 80 km/h, e não viu a entrada de uma cidade onde o limite era de 40 km/h.

* Outro com 55 pontos registrados alega que se referem a problemas que vêm desde 1998 e que foram acumulados por conta de recursos.

* Para outros dois, a justificativa se deve a questão de funcionários de gabinetes utilizar da direção dos referidos veículos para assuntos diversos, e/ou para resolver pendência cuja solução envolve a labuta parlamentar.


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As justificativas não são muitas, e nem criativas, pois, se qualquer cidadão comum que não pertence a um foro privilegiado, apresentasse a julgo, um pedido de reparação esdrúxulo como defesa, seria certamente sentenciado, com recurso revogado e condenado a arcar com os encargos jurídicos, juntamente com a entrega da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ao Detran e com o direito de permanecer calado (se não é preso por desacato).


Até onde vai o princípio moral e a índole capaz de julgar um caso de erro embutido dentro do próprio sistema julgador?


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Ao todo, pelo menos 18 dos 54 deputados estão em situação semelhante, com a carteira suspensa ou ameaça de suspensão por acúmulo de infrações de trânsito.


segunda-feira, maio 25, 2009

Papos, articulações e a movimentação intermediária no Congresso


O presidente da Câmara no Congresso, do velho Partido do Movimento Democrático Brasileiro e eleito pelo estado de São Paulo (PMDB-SP), colocará em votação um requerimento de urgência na tramitação dos projetos de lei que tratam do financiamento público das campanhas e das listas fechadas nas eleições proporcionais. Com a aprovação da urgência, a análise da matéria ganha prioridade, o que gera a possibilidade de que as alterações e emendas passem a vigorar a partir do ano que vem, isto é, nas próximas eleições.

Para o principal articulador das propostas, o ex-presidente da Casa, e também partidário da legenda do presidente da Câmara e deputado federal eleito pelo estado do Rio Grande do Sul (PMDB-RS), afirmou que os parlamentares já têm uma opinião formada sobre esse assunto, tendo e vista, que essa proposição já está a muito tempo circulando pelos bastidores do Congresso.

Já um opositor da proposta, vice-líder do governo na Câmara, deputado pelo Partido Progressista, aqui da região Norte do Paraná (PP-PR) e exímio articulista se confraternizou com lideres partidários do PSB, PR, PP e PTB, que juntos têm 138 cadeiras e garantiu que seus partidos votarão em peso contra as listas fechadas e o financiamento público.

Mas caso a proposição passe pela Câmara, as propostas ainda precisam ser avaliadas pelo Senado.

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É bem verdade que o Brasil é um dos poucos países desenvolvidos ou emergentes que não adotam esse processo de lista fechada, está na cultura, por isso se deve levar em consideração o fato de que esse processo deve ser aplicado de forma lenta, após muito debate e definição daquilo que ainda não está bem esclarecido dentro da proposta e que pode resultar em emendas.

Uma mudança drástica a muito pouco tempo das eleições vai apenas criar confusão e afastar o povo do processo decisório além de eternizar os caciques dos partidos. A população desaprova esse sistema e prefere votar no candidato ao invés do partido. O lado positivo é que as listas podem resultar em uma maior participação das mulheres na política.

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Mas nada de fazer as coisas atropeladas, ou a toque de caixa até porque, alheio a esse debate, nos porões do Congresso, articula-se a possibilidade de um terceiro mandato.

sábado, maio 23, 2009

A (meia) Reforma Política


Com o argumento baseado na necessidade do fortalecimento dos partidos políticos no país, o Congresso Nacional apresenta um projeto de (meia) reforma política fundamentada em dois quesitos. O financiamento público das campanhas e as listas fechadas para as eleições proporcionais.

A proposta encontra a oposição do bom-senso, pois, na verdade, a raiz da crise está na enxurrada de denúncias de corrupção que varreu o Casa nestes últimos dias, e para despistar, apresentam um projeto com a justificativa de moralizar a questão das campanhas políticas para as próximas eleições.

Pequeno engano, para aqueles que acreditam que o financiamento público das campanhas evitará a corrupção, porque os grandes partidos continuarão a somar recursos externos além daqueles angariados através do Estado. O financiamento público servirá, talvez, para amenizar e amparar os pequenos partidos que não conseguem apoio de bancos ou de empreiteiras.

Já no caso do sistema de listas fechadas, nada valerá, sem que existam condições prévias, sem o estudo e a aplicação do voto distrital, sem um projeto claro e definido que configure uma estrutura democrática interna no partido, a ponto de atribuir por direito, a obrigação de igualdade e peso de voto a cada filiado na escolha preliminar de seus candidatos, ou melhor, sem essas relevâncias, o sistema servirá apenas, para agregar e acomodar a cúpula partidária.

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É melhor o presidente ouvir a voz da experiência e rever sua posição a respeito da reforma política que a Câmara dos Deputados pretende colocar em debate interno, como balão de ensaio, a partir da próxima semana. Do modo em que está, essa lista fechada apenas fortalecerá ainda mais os grandes partidos políticos, onde as legendas servirão de veículos para os empresários da grande indústria, do agronegócio e das instituições financeiras, elejam seus delegados ao topo da lista e assim, dominem o parlamento para a boa manutenção do sistema que os favorece.

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Essa (meia) reforma política, do modo em que está sendo colocado, apenas dificulta uma representação autêntica popular, e garante bancadas corporativas, onde predominam políticos sem o menor espírito público, preocupados apenas com seus interesses pessoais, com seus próprios negócios e com os negócios de seus financiadores.

O que realmente interessa e que vai ao encontro da vontade do povo brasileiro, é contar com um parlamento que legisle com bom senso, que tenha como objetivo o interesse nacional duradouro, que fiscalize os outros poderes, que fiscalize o próprio legislativo e trabalhe para o bem-estar de todos os brasileiros.

sexta-feira, maio 22, 2009

Rei do castelo, mas sem salário


Como se não bastasse a luta que o deputado sem partido, mas dono de um castelo em Minas tem com o Conselho de Ética para evitar uma possível cassação por decoro parlamentar, surge agora uma determinação da justiça que bloqueia os bens do rei do castelo devido a uma batalha judicial que envolve mais de três mil ações trabalhistas.


A dívida gira em torno de R$ 30 milhões, algo superior ao Castelo avaliado em R$ 25 milhões. O deputado só conseguiu receber os vencimentos referentes ao mês de abril e a partir de agora, o só receberá 70% do valor líquido, já que 30% do salário ficarão depositados em juízo para garantir pagamento de uma dívida trabalhista.


Agora, o castelo avaliado em R$ 25 milhões, deixa de ser exclusivamente um problema político e passa a ser, também, um problema econômico.


A decisão saiu da Vara do Trabalho de Ituverava (SP) que determinou a penhora de 100% do salário do parlamentar, descontados os impostos e depositados em juízo até que o montante fosse suficiente para quitar dívidas trabalhistas.


O deputado recorreu da penhora integral, mas a juíza de Ituverava determinou que devolvesse imediatamente os R$ 12.090,50 referentes ao salário líquido do deputado no mês de abril, porém, uma segunda decisão ordinária do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), garantiu os 70% aos deputado (sem partido-MG) dos vencimentos, ficando assim 30% como garantia de pagamento de dívidas trabalhistas.


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O caso tramita na Vara do Trabalho de Capão Bonito (SP).


O deputado foi o parlamentar que mais gastou a verba indenizatória com segurança particular nos últimos dois anos.


No seu último depoimento prestado ao Conselho de Ética, ele afirmou não ver ilegalidade na destinação de recursos públicos para suas empresas.


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A defesa alegou que o deputado sem partido, mas rei do castelo, está passando por “necessidade” e as três empresas que já estiveram em seu nome foram declaradas falidas, e os bens e as contas bloqueadas, portanto, os vencimentos deveriam ser liberados imediatamente por constituírem créditos de natureza alimentar, o que justificou a liberação de seus salários.

segunda-feira, maio 18, 2009

Saída pela tangente


Imerso a uma crise moral o Congresso chega com um novo produto de desvio. Acobertar os seus responsáveis. Isso por quê, o assunto em que diverge na absorção da esfera é digna de um desvio midiático. Trata-se da reforma política. Passível por desviar os olhares e de deixar os assuntos que há pouco se passou, em estágio letárgico e inerte. O passado no provável ímpeto do esquecimento.

A proposta de reforma do sistema eleitoral e do financiamento das campanhas feitas a toque de caixa como está sendo proposto, soa um tanto como suspeita. Ainda mais, quando temos uma parcela significativa do eleitorado que, culturalmente esquece em quem votou na eleição passada, que não está preparada para votar, quanto mais, votar em uma legenda partidária fechada. Isso é muito cedo para criar vínculos que mereça consideração entre os eleitores e candidatos.

Se o eleitor deixar de votar em nomes para vereador e deputado, e passar a votar em listas partidárias fechadas, como ele vai punir, através do voto, na legitimidade das urnas, o político que desonrou um mandato popular? Seria como colocar a carroça à frente dos animais de tração. Primeiro tem que mexer no voto distrital, na fidelidade partidária, no voto facultativo, a questão da reeleição e deixar bem esclarecido a questão do financiamento de campanha para que depois não tenha que regurgitar o projeto ou trabalhar a lei através de emendas. Esse é um assunto que rende muita discussão e carece de uma preparação coletiva para depois colocá-lo em prática.

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É bem verdade que em 2007 uma comissão especial da Câmara aprovou um texto que propunha a substituição do voto em candidatos singulares pelo voto em partidos, com as suas listas pré-ordenadas de candidatos. Mas atentai, isso é um assunto que requer muita discussão e não está maduro o suficiente para aplicar nas próximas eleições.

quinta-feira, maio 14, 2009

Uma nau chamada Congresso


O deputado gaúcho do PTB, que pouco se lixa para a opinião pública foi deposto do cargo de relator do processo que tramita no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado sem partido, mas com um castelo em Minas, acusado de se apropriar indevidamente e de forma suspeita, recursos da verba indenizatória destinada a serviços atribuídos pelas suas próprias empresas de segurança e que até o momento, não formam comprovados. O PTB’ista antecipou seu voto antes mesmo da apresentação do parecer.

A injustiça alegada pelo destituído é de que fora arrancado da relatoria e para recuperar a função, irá até o Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança. A frase não foi boa, foi acalorada, como o argumento de desculpas aos colegas parlamentares pelo exagero da declaração. Porém, não demorou muito para acionar a sua bipolaridade, e acrescentar que não retira uma palavra do seu proferir.

A decisão anunciada ao fim de quase três horas de uma tensa reunião marcada por ataques à imprensa encerrou com a substituição do cargo de relator a um deputado do Partido dos Trabalhadores do Piauí (PT-PI), que apresentou um discurso apaziguado, moderador e reconhecedor de que a tarefa de julgar um colega deputado é sempre difícil. Esse novo relator é o mesmo deputado exonerou uma assessora de seu gabinete suspeita de vender créditos de passagens aéreas emitida ao parlamentar para o mercado clandestino.

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E assim navega a nau chamada Congresso:

Isso acontece porque o legislativo faz o papel de judiciário quando tem o poder de julgar a própria corporação.

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Dou crédito de que esse ex-relator ainda terá um longo caso de amor com a imprensa e com a opinião pública. Alias, essa mesma, que pressionou os outros integrantes da mesa que entenderam como intransigente a intolerância e a atuação desse ex-relator que pouco se lixa para a opinião pública.

quarta-feira, maio 13, 2009

A pena por decoro é expulsão


A partir do momento em que essas pessoas que tratam da política recebem um diploma legal a partir de uma procuração endossada pela população, para exercer uma função pública de alta responsabilidade e que trata de interesses ligados a uma parte significativa dos habitantes que compõe essa esfera geográfica, tem no mínimo que corresponder ao critério de decoro parlamentar, que equivale a dignidade de princípios, a decência, a compostura ética, ao respeito a si mesmo e aos outros. Esse abuso de prerrogativa pelo qual o deputado pé de chumbo do Partido Socialista Brasileiro (PSB) seguiu, deve ser julgado e punido com todo o rigor que aplica a lei.

segunda-feira, maio 11, 2009

Minuto de bobeira ou falta de um juízo rematado


A situação ficou delicada para o relator do Conselho de Ética da Câmara, deputado gaúcho pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB-RS), que após as declarações feitas em um momento de lapso de raciocínio lógico, quando afirmou que estava pouco se lixando para a opinião pública, provocou reações de pelo menos cinco nomes que estão dispostos a recorrer ao conselho e até à Mesa Diretora pela saída do então relator, por entender como inaceitável a manutenção do mesmo, uma vez que proferiu um pré-julgamento de que absolveria o deputado sem partido, mas rei do castelo de Minas Gerais, mesmo sem a devida análise processual no âmbito do conselho.

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O deputado gaúcho está sentenciado. Através de suas declarações, acabou por assinar o seu atestado de incompetência para exercer a função de relator de uma comissão de ética.

Mas para que está pouco se lixando ... não há de ser nada!

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A reeleição dessas espécies de políticos que mantém o entendimento filosófico e ideológico desse relator gaúcho é resultado da ineficiência de uma política de punição.

Também está no exercício de um parlamentar fiscalizar as ações de outro parlamentar e não de promover política de coleguismo.

quinta-feira, maio 07, 2009

Óleo de peroba para lustrar a tribuna do plenário


O deputado federal eleito pelo estado do Rio Grande do Sul, representante do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB-RS), e relator do processo de cassação por quebra de decoro parlamentar do ex-corregedor da Câmara, deputado sem partido e rei do castelo em Minas Gerais, proferiu a máxima quando disse que está pouco se lixando para a opinião pública e de que nada adianta a imprensa bater porque a classe sempre se reelege.

As gotículas de óleo de peroba que vertiam do rosto do relator escorriam pela tribuna do plenário no momento em que deixou claro que não via razão para condenar o colega (rei do castelo de R$ 25 milhões em Minas), e pôs em dúvida os argumentos da comissão de sindicância da Corregedoria, que apontou indícios de uso do recurso público em benefício próprio.

O relator demonstrou que não está preocupado com a má repercussão de uma absolvição prévia, sem sequer ter começado a investigação do caso, pois, para ele, o que importa mesmo, é encampar a tese de que o rei mineiro, não cometeu nenhuma irregularidade no uso da verba indenizatória.

Feliz do rei que conta com o apoio de um "amigo" estratégico no Conselho de Ética, que mantém a argumentação costumeira de defesa usada pelo legislativo onde prevalece o entendimento de que todos os abusos cometidos serão anistiados (como acontece até agora).

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É tudo falácia caro leitor. Quando o rei do castelo é suspeito de utilizar irregularmente a verba indenizatória de R$ 15 mil a que os congressistas têm direito mensalmente.

É tudo falácia caro leitor. Quando insinuam que o rei do castelo usou notas de suas próprias empresas de segurança para justificar os gastos.

É tudo falácia caro leitor. Quando suspeitam que os serviços não tenham sido prestados.

Ironias à parte: ( ... )

É sofisma mesmo caro leitor, a intenção e a seriedade do plano de trabalho que esse deputado gaúcho presta como Relator da Comissão de Ética.

quarta-feira, maio 06, 2009

O fantasma do 3º mandato


Numa entrevista entusiástica a um veículo de comunicação do estado de São Paulo de grande tiragem e de circulação nacional, o ex-presidente collorido que sofreu um processo de impeachment, que foi cassado e agora está de volta ao poder como senador representante do Partido Trabalhista Brasileiro pelo estado de Alagoas (o mesmo partido que é presidido por aquele político que teve o mandato cassado e que iniciou as denúncias do mensalão), afirmou que o seu partido vai examinar com muita serenidade a possibilidade de um plebiscito em relação a tese de um possível 3º mandato para o atual Presidente da República Federativa do Brasil em exercício.

O vento sopra a favor, pois os empresariados no Brasil andam satisfeitos, os banqueiros continuam com a manutenção das estratosféricas margens de lucro, a base parlamentar ampla e heterogenia, e que não tem nada em comum com o projeto político do partido do governo a não ser manter a continuidade de poder, segue acomodada na generosa máquina administrativa, e enfim, com uma popularidade em alta, o atual Presidente da República Federativa do Brasil só não se reelege se não quiser.

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Volta e meia os aliados do governo ressuscitam essa idéia na tentativa de não sofrerem riscos e dar continuidade na manutenção do poder, mas para que isso aconteça, é necessário uma reforma constitucional, e o tempo é curto.

A tentação política é grande, principalmente depois que veio a baila a doença da atual ministra e postulante ao cargo na sucessão presidencial. E se não for ela, o Partido dos Trabalhadores fica sem ninguém a altura de disputar uma candidatura de hereditariedade governamental com os quase definidos pré-candidatos da oposição pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) dos estados de Minas Gerais e de São Paulo.

Mas, conhecendo o Congresso, a proposta tem chance de vingar, e o atual presidente só não terá o terceiro mandato se não quiser. O problema nesta questão toda, é que ele iria se igualar aos presidentes das pseudo-democracias dos países latino americano como a Venezuela, a Colômbia e a Bolívia, que brigam pela reeleição permanente (algo que eu acho extremamente pernicioso). E diante disso, o atual Presidente da República Federativa do Brasil fugiria dos bons olhos internacionais e com isso, fugiria também do conceito de postura democrática, de negócios, de chefe de estado e perderia a distinção racional.

terça-feira, maio 05, 2009

A hipocrisia dos hipócritas


O Presidente da República Federativa do Brasil saiu em defesa da “farra das passagens aéreas”, patrocinadas pelo Congresso Nacional. Segundo ele, não é correto usar os bilhetes para fazer turismo na Europa, e ainda afirmou que não considera crime algum usá-las para levar a mulher para a capital federal, isso porque, quando era deputado federal, pelos idos de 1986, usou a cota de passagens da Câmara dos Deputados, para levar sindicalistas a Brasília.

Agora, pressionado pelos líderes do Congresso, o então presidente da Câmara Federal do Partido do Movimento Democrático Brasileiro eleito pelo povo de São Paulo (PMDB-SP), e do presidente do Senado, também partidário da aliança do governo, com raízes no Maranhão, mas cadidatado e eleito pelo estado do Amapá (PMDB-AP), o Presidente da República Federativa do Brasil se dispõe a dar declarações públicas em defesa da moralidade do Congresso.

Ele disse: “Eu ainda vou criar o Dia da Hipocrisia”. E disse mais: “Logicamente, guardar a passagem para ir à França é delicadíssimo, mas levar a mulher ou um sindicalista para Brasília, não vejo onde está o crime. Se esse fosse o mal do Brasil, o Brasil não tinha mal.”

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Rememorando:

Primeiro surge a denúncia de que a Câmara dos Deputados pagou passagens aéreas em nome de um deputado federal do Partido da Mobilização Nacional, eleito pelo Rio Grande do Norte (PMN-RN), para uma rica e famosa apresentadora de televisão, para sua mãe e outros artistas de televisão, que circularam pelos ares internacionais e motivaram a publicidade de um empreendimento próprio numa festa de carnaval fora de época.

Então, o presidente da Câmara, do PMDB-SP, anuncia que a Mesa vai fixar regras para o uso das cotas de passagens aéreas, mas logo depois, juntamente com o Senado legalizam a doação de bilhetes para parentes.

Aí vem a suspeita de que assessores parlamentares participaram de um suposto esquema de venda clandestina de bilhetes, e entre as vítimas, estaria o presidente do Supremo Tribunal federal (STF). Depois, o próprio presidente da Câmara, do PMDB-SP, admite que usou parte da cota de passagens aéreas para o transporte de familiares.

Pronto, o circo pega fogo. Metade dos 513 deputados federais teria usado a cota de passagens aéreas paga pela Câmara para fazer viagens ao exterior, e várias delas em companhia de parentes. No Paraná, 14 deputados fazem parte desta lista, então a Câmara e o Senado decidem que parentes não poderão mais usar bilhetes aéreos, só políticos e seus assessores.

Para o Presidente da República Federativa do Brasil, a imprensa dá muita importância a um assunto que é banal e que poderia ser resolvido pela própria Mesa Diretora da Câmara. ... (?!?).

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Francamente senhor presidente. Hipocrisia, fingimento de bondade de idéias ou opinião apreciáveis em favorecimento de uma devoção fingida, não fazem parte desse contexto assim qualificado para uma denúncia que foi veiculada em quase toda a imprensa nacional (com exceção da imprensa corporativa), e que colocou à tona para a população brasileira, a realidade da política dos desmandos, dos excessos e do esbanjo na qual uma parcela significativa de políticos se beneficia.

Retrocesso político senhor presidente, para o eleitor que acreditou na proposta de moralidade e ética ideológica pregada pelo Partido dos Trabalhadores na época em que almejava subir ao poder. Na verdade, a imprensa relatou nada mais do que a indignação do trabalhador brasileiro ao tomar conhecimento de que uma bela fatia do dinheiro público arrecadado através do suor do trabalho em forma de impostos, é aplicado em gastos profusos e usado no patrocínio do “vale mordomia”, para manter as questões políticas da Casa sob controle.

Vossa excelência está usando a sua popularidade para dar força aos seus aliados e minimizar os escândalos das passagens, como aconteceu com o caso dos mensaleiros e com o caixa 2. É bem verdade que não é de hoje que essas coisas acontecem, e que o Brasil carrega em sua história esse cancro político herdado desde da vinda da coroa portuguesa. O partido do governo abriu mão da reforma de hábitos políticos e do controle de gastos em troca da veleidade de se fazer política. Onde está a tese da reforma política, da reforma tributária que mudaria os hábitos da política no país?

É o mais do mesmo. A chegada ao poder não significou mudança política no país. O partido vive hoje da distribuição de poder aos aliados e da proteção aos mesmos. Passou a se apropriar de toda a deficiência política e de se aproveitar dessa mesma deficiência para controlar o Congresso. Hoje a base aliada é super heterogenia que não tem nada a ver com o programa de governo. Não existe mais nenhum projeto político a não ser a manutenção do poder, mas como mesmo se diz: política é assim mesmo. Não é presidente.

Hipocrisia é achar que não tem nada demais esse gasto exuberante com dinheiro público.