quarta-feira, janeiro 27, 2010

A linha condutora de raciocínio lógico dos governantes brasileiros


O papo é que, diante da maré de intempéries e catástrofes que estampam as manchetes dos principais veículos de comunicação dessa aldeia global, a análise, a justificativa, as declarações e o pensamento político dos representantes que se candidatam e estão lá (no poder) para resolver ou amenizar os problemas sociais de uma parcela significativa da população que é direta ou indiretamente atingida por esses infortúnios, procuram através de discursos estapafúrdios, desculpas para fugir de suas responsabilidades atribuídas.

O governador tucano do estado de São Paulo, José Serra, do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), diante das mares de enchentes que assolam a maior cidade do país, vem a publico e diz que a população tem que se preparar para conviver com esses fenômenos climáticos extremos, como quem diz que isso é parte do destino, ou de uma nova realidade introduzida no cotidiano devido ao aquecimento global, quando na verdade, trata-se de um mal planejamento decorrente de obras (de sua responsabilidade) não realizadas adequadamente. No seu discurso, a fuga do pressuposto implica na frase demagógica, onde o mesmo, afirma que irá ampliar e reforçar a Defesa Civil para dar sustentação a esse tipo de situação. Ou, em outras palavras, passar a mãozinha na cabeça daqueles coitados atingidos pela desgraça, que perderam casas, carros, móveis, utensílios e até vidas, quando a lógica seria aprofundar a calha dos rios que cortam a metrópole e concluir as obras dos piscinões.

Já no estado do Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral Filho, do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), se deparou com uma situação em que a população tomou o maior susto, quando um trem desgovernado (da antiga Central do Brasil, hoje privatizada e sob a tutela da Super Via, que faz parte de um grupo financeiro que deu dinheiro para a campanha do governador e para muitos deputados), percorreu mais de sete quilômetro, com mais de 2.400 pessoas a bordo, a mais de 70 quilômetros por hora e que passou batido por mais de quatro estações. Só não produziu uma tragédia estilo haitiana, porque o trem foi o primeiro a sair da estação pela madrugada e não tinha nenhuma outra composição à sua frente. Pois, na velocidade em que estava, seria irremediável um atropelo na traseira de outra composição que produziria, evidentemente, um grande número de mortos e feridos. Questionado e requerido sobre essa falha no sistema de transporte público de trem urbano do Rio de Janeiro, o governador disse que não adianta cobrar, porque milagre não existe, e segundo ele, a Super Via faz os investimentos, mas milagres não existem.

Na esfera federal, o Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT (Partido dos Trabalhadores), em uma reunião ministerial, chamou o presidente nacional do partido oponente, Sérgio Guerra, do PSDB, de babaca, e depois afirmou que pretende fazer uma campanha presidencial de alto nível, baseada na seguinte bandeira. Quem sou eu e quem és tu, isto é, instituída na comparação política e social dos petistas, contra os antagonistas tucanos do PSDB e dos ex-peéfelistas do DEM (hoje, Democratas).

E do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (agora, sem partido), hoje eu nem vou comentar ( ... ).

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Em suma; As enchentes que matam os paulistanos e infernizam a vida dos contribuintes daquela Grande Cidade é consequência dos desígnios divinos. Um trem desgovernado que percorre um trajeto de mais de 7 mil metros, a mais de 70 quilômetros por hora, com mais de 2.400 pessoas a bordo e que passa batido por quatro estações é desígnio divino.

Ou seja, o governador de São Paulo não conhece obra de drenagem, o governador do Rio de Janeiro não conhece sistema emergencial de frenagem, o presidente da república desconhece ética e o governador do Distrito Federal, bem, o governador do Distrito Federal eu comento depois.

Eles preferem remeter os seus discursos a um problema do além, uma fatalidade, um destino, quando na verdade, uma grande parcela de responsabilidade lhes cabem por direito, pois, foi para isso que eles se candidataram e se elegeram. Eles estão lá para cumprir a função de trabalhar para a melhoria das condições sociais da população e não apenas para serem bonecos de fantoches (e nos tomam uma fortuna de dinheiro em através de impostos).

Ou será que eles acham que nós somos otários, ou idiotas?

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Ah! Na verdade eles são as mesmíssimas coisas, tanto de um lado quanto do outro. Tudo, como diz o presidente, um bando de babacas!

sábado, janeiro 23, 2010

Silêncio obsequioso


O papo é que, a super produção do curta documentado e dirigido pelo cinematógrafo e ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa, que colocou uma saia justa no governador distrital José Roberto Arruda (agora sem partido e envolvido até o pescoço com processos administrativo e peculatário), deixa para a oposição a dúvida entre a cassação e o impeachment que resultaria em um mandato tampão e provisório a fim de abafar a vergonha política e administrativa do Distrito Federal a pouco tempo de uma nova eleição.

Porém, é notório o consenso político formado nos bastidores da câmara distrital pela permanência e sangria (até a última gota) do governador (que ainda deve explicações sobre a mancha de batom na cueca) no cargo até o final do seu mandato. Essa configuração aparente e inerte da oposição (em chutar boca de cachorro morto), já não encontra mais interesse nesse assunto devido ao fato da aproximação e da preocupação com que o novo horizonte que as convenções partidárias podem proporcionar.

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Em suma; A sangria de Arruda no cargo até o fim de seu mandato, deixa para os opositores um legado para tirar proveito dessa super produção distribuída em território nacional, além de oferecer uma blindagem estratégica para a base aliada, já que o “suspeito” não tem filiação partidária e não será candidato. Isso explica o olhar de paisagem do PT (Partido dos Trabalhadores) e das lideranças aguerridas do Distrito Federal.

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Ah! O PT de em outros tempos, estaria com o bloco na rua, batendo panela e denunciando o espancamento de estudantes pela polícia institucional do governo distrital obrigada a cumprir os desmandos e abusos de José Roberto Arruda (sem partido). São as idas e vindas do péssimo jeito de se fazer política no Brasil. Agora é a vez do PT devolver ao DEM a gentileza do mensalão. Até quando?
publicado no JMNews em 20/01/2010 19:30:00

Realizar missões oficiais com dinheiro público é bom para o marketing pessoal


O papo é que, o jeitinho que certos políticos brasileiros têm no trato com os recursos públicos sob o pretexto de trabalharem em função de uma missão oficial, faz com que nós, cidadãos, que esperam que esses representantes populares exerçam, no mínimo, um trabalho decente, bem procedido e digno de confiança à honra dos compromissos e da capacidade digna e moral, pois trata-se da classe que recebe uma procuração em branco da população para administrarem o dinheiro público arrecadado através de impostos.

Pena, que alguns (senadores) confundem a questão do patrimonialismo público com os seus próprios patrimônios e abusam da verba indenizatória, achando que a mesma, faz parte da folha de pagamento pessoal e portanto, não é passível de conceder satisfações a ninguém. Denúncias na imprensa comprovam que quatro desses senadores (entre eles do PT-SC, do PSol-PA, do PDT-AM e do PTB-RR), preferiram visitar os estados de origem com o dinheiro extra das diárias pagas nas missões oficiais em 2009, a fim de realizar projetos de interesses pessoais e eleitoreiros.

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Venhamos! Se valer da brecha no Regimento Interno do Senado, onde as diárias possuem um teto mensal de R$ 15 mil ou R$ 180 mil acumulados em um ano é um golpe baixo. É como apelar para um chute no s* do eleitor e beneficiar o não eleitor com uma aspirina servida pelo sistema único de saúde.

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Em suma; Não há limite para essa verba, desde que ela tenha sido autorizada pela Direção da Casa ou por uma comissão com competência, mas a poupança (declarada com notas gélidas) não é uma forma de recurso de aquisição de verba com finalidade política para compensar despesas com transporte, estadia, alimentação e outros gastos do exercício parlamentar para promover o marketing pessoal.

E eu me pergunto! Por que um político gasta mais dinheiro na campanha do que arrecada oficialmente em um mandato?

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Ah! A brecha está aí e pode ser usada em 2010. É um artifício que não causa rombo aos cofres públicos, pois está embutida nos gastos do Congresso. Enquanto isso tem partidário trabalhista que chega a gastar aproximadamente R$ 177 mil com a verba indenizatória. Mas como o dinheiro sai do senado...
publicado no JMNews em 15/01/2010 21:23:47

A elaboração amadora e comprometedora da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República



O papo é que não se pode elogiar (e estou com a língua dolorida pela mordida que dei quando teci elogios sobre exemplo brasileiro de democracia firmada e estabelecida). Mas o conjunto das 521 medidas que envolvem o decreto polêmico apresentado em cerimônia pública, do Programa Nacional de Direitos Humanos, assinado pelo Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sem ao menos ler ou discutir as atribuições básicas, é simplesmente um retrocesso a toda a evolução histórica vivenciada por este país.

Esse programa polêmico onde abrange áreas do conhecimento, da produção, da sociedade, da economia, só pode ter sido uma trapalhada da base dos pseudo-esquerdistas do governo federal com a intenção de promover ou propiciar algum tipo de propaganda política, pois carrega no nome, o peso e o conceito de uma declaração universal baseada nos princípios básicos do direito e da liberdade, debatida ao longo dos séculos por filósofos e jurista e proclamada oficialmente, em 1948, por uma Assembléia na Organização das Nações Unidas (ONU).

Um projeto com um texto pessimamente construído, que causa repulsa e reações adversas (onde boa parte do programa é um fac-simile do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já apresentado, criticado e recusado), que caminha em direção contrária a Constituição Brasileira (ou melhor, é praticamente uma constituição paralela), além de ser apresentado como decreto, sem debate, sem discussão, sem negociação e sem explicação alguma sobre os pontos delicados do programa. É prova cabal do amadorismo diretamente relacionado e subordinado ao Partido dos Trabalhadores (PT).

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O tiro saiu pela culatra, e quem se responsabiliza por essa ação de governo? Quem é de fato o verdadeiro mentor dessa imbecilidade (seria o secretário Paulo Vannuchi dos Direitos Humanos)? Se o presidente da república assinou sem ao menos ler, e a Ministra Chefe da Casa Civil, que gerencia as ações de governo não se responsabiliza, então de quem é a proposta do plano executável que partiu do alto escalão do governo? Quem autorizou e revisou a diretriz do decreto sem propor negociação com os vários setores envolvidos? Pô! Afinal de contas isso aqui é uma democracia ou um joguinho de cena para o Obama ver! Qual é a verdadeira intenção do governo?

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Em suma; Trabalho dobrado. Um projeto dessa natureza, com essa envergadura, com essa abrangência, onde envolve diretamente mais de 500 metas, onde chega a ser quase que uma constituinte feita por decreto é algo que não pode existir sem que o Presidente da República e a Ministra Chefe da Casa Civil que gerencia o governo tomem conhecimento das propostas. De duas uma, ou alguém do governo está propondo um tipo de golpe, ou esse plano não é pra valer e não passa de uma maneira de agradar alguém da esquerda imbecil do governo.

Agora, depois da celeuma passível de gerar um desequilíbrio entre os três poderes, depois de ministrar um desconforto entre vários ministérios, vem a público, o excelentíssimo presidente Lula e decide propor mudanças no texto do decreto institucional a fim de tentar contornar a crise instalada dentro e fora do governo devido ao conteúdo proposto. Segundo implica, a solução encontrada é reeditar o texto e substituir as expressões ditatoriais como "aprova" para "torna público o programa", e assim, fica o dito pelo não dito. Nada que o tempo e a amnésia pública venham a resolver (e como diria o velho Leão da Montanha, do desenho de Hanna & Barbera. Saída pela direita!). Portanto, não demora muito para que venha alguém e diga que esse assunto está encerrado.

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Ah! Foi um pequeno grupo de dentro do governo que estabeleceu essa anticonstitucionalidade de mudar o papel do legislativo, das forças armadas, do direito, da liberdade de imprensa, das cláusulas pétreas e outros mais. No fundo, entendo que esse mesmo grupinho é o responsável pelo lobby de uma aproximação brasileira com os pequenos ditadores da América Latina como Chávez e seus sectários.

E devo admitir. É um programa de fazer inveja a qualquer ditadorzinho de plantão.

Que belo retorno de férias senhor presidente!
publicado no JMNews em 13/01/2010 19:59:50

quarta-feira, janeiro 13, 2010

2010 é ano de eleição e da consolidação democrática brasileira


O papo é que as perspectivas para este ano promete muita mobilização popular, porque além das eleições, temos Copa do Mundo. E finalmente, desta vez, o futebol não será usado como ferramenta de ação política como a muito praticada na época da ditadura dos governos militares, onde a Seleção Brasileira exercia o papel de amenizar e apaziguar os ânimos da população, como colírio para os olhos inchados pelas muitas lágrimas derramadas ou como ópio para confundir a cabeça dolorida e abrandar a intenção das almas revolucionárias e subversivas daqueles que reivindicavam mudança no sistema de gestão público.

Temos eleições para a presidência da república, senado, governo regional e câmaras legislativas federais e estaduais (onde espero, sinceramente, uma renovação significativa neste âmbito político). Coincidência ou não, a relação desse casamento das eleições com a Copa do Mundo trouxe benefícios para a política brasileira que deixou de usar o futebol como massa de manobra. Um fato sazonal que faz bem a democracia brasileira.

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Se analisarmos o comparativo documentado nos livros de história do Brasil, veremos que há 84 anos o país não registra um período de entrega de faixas sucessórias entre três presidentes eleitos democraticamente pelo povo, isto é, desde 1926, um fato como esse não é consumado, e isso, é um sinal de extremo avanço no exercício da democracia de nossa política. Portanto trata-se de um momento único na narrativa dos fatos desse País.

Da última vez em que isso ocorreu, foi na gestão de 1919, quando Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa passou a faixa presidencial para Artur da Silva Bernardes, eleito em 1922, que por sua vez, repassou a faixa para Washington Luís Pereira de Sousa, eleito em 1926. Depois dessa fase, nunca mais o Brasil registrou um período sucessivo de três presidentes eleitos pelo povo, pois, Washington Luiz foi deposto e Getúlio Dorneles Vargas assumiu com a Revolução de 30, e mais tarde deposto, em 1945.

Depois veio Eurico Gaspar Dutra que assumiu a presidência da república eleito pelo povo, mas não recebeu a faixa de ninguém. Ao final do mandato, repassou para Getúlio Vargas, que novamente assumiu o governo, mas o mesmo se matou. Então houve outra sucessão de vários presidentes. Juscelino Kubitschek de Oliveira, eleito democraticamente, que passou a faixa para Jânio da Silva Quadros, que renunciou. Jango (João Belchior Marques Goulart) assumiu, mas foi deposto. Os militares tomaram o poder e colocaram o Brasil em um longo e sangrento regime de autoritarismo.

Na redemocratização, veio o José Ribamar Ferreira de Araújo Costa (mais conhecido como José Sarney), que não foi eleito pelo povo e que passou a faixa para Fernando Affonso Collor de Mello, eleito pelo povo, mas que sofreu impeachement. Itamar Augusto Cautiero Franco, que não foi eleito, assumiu e entregou a faixa para Fernando Henrique Cardoso (ou FHC), eleito democraticamente e que passou para Luiz Inácio Lula da Silva, também eleito pelo povo. Neste ano, Lula passará a faixa presidencial para o próximo ou para a próxima presidente da república num processo que demonstra a consolidação democrática nesse país que não registra um fato como esse desde o final da década de 20.

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Em suma; É um assunto que passa despercebido por uma enorme parcela da população brasileira que não faz idéia sobre a importância de um registro histórico como esse. Durante muito tempo, muitos brasileiros derramaram sangue para que uma consolidação democrática como essa, virasse realidade. Se olharmos para a América Latina, ainda veremos governos autoritários, governos instáveis, tentativas de golpes, continuísmos ora através de esposa, ora através de mandatos indefinidos e um Brasil dando um exemplo de democracia firmada e estabelecida.

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Ah! Ao lado da estabilidade democrática nós temos um longo período, pois, foram oito anos de Fernando Henrique Cardoso e oito anos de Luiz Inácio Lula da Silva.
publicado no JM News em 08/01/2010 22:42:06

Observação das coisas do ano que findou


O papo é que muita chuva passou, mas a enxurrada de verdade aconteceu no âmbito político e na forma de escândalos para todos os gostos (escândalos com gosto de pizza; escândalos com gosto de panetones, e muito mais...). Abrimos o ano com a farra das passagens aéreas. Depois, veio a eleição de José Sarney, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, representante legítimo do estado do Amapá (PMDB-AP – que me perdoem os amapaenses mal informados que votaram em um candidato, coroné do Maranhão, que tem muitas papas na língua, algumas (...) coisas nas costas, muito dinheiro no bolso e com pouquíssima representatividade política para o estado que o elegeu), para a presidência do senado, e com alguns ressentimentos de traição que resultou em um vazamento de comportamento heterodoxo ou herético.

Logo em seguida, Tião Viana, senador pelo Partido dos Trabalhadores, representante legítimo do estado do Acre (PT-AC), emprestou seu celular corporativo para a filha viajar para o México e acabou por ressarcir em R$14 mil os cofres públicos, como forma de penitência para fugir de algo mais que abonasse a causa de algum processo de cassação por foro parlamentar (e assim funciona a máquina de arregimentação política do Congresso).

Depois, aconteceu os atos secretos, em que a atuação de Agaciel Maia (funcionário do Senado desde 1977, onde começou como datilógrafo e foi alçado, pelo então coroné do Maranhão, ao posto de Diretor Geral em 1995, o cargo administrativo mais alto da casa) foi fundamental na articulação de um volume considerável de contratações suspeitas em nome de segundos, terceiros, quartos e de José Sarney, que afirmou em público que não sabia o que era os atos secretos e que ninguém nunca soube disso. Então, tomamos conhecimento de que a “famiglia” Sarney, apropriou-se do Senado Federal e de parcelas estratégicas significativas da administração pública. Houve emprego para o neto, para o namorado da neta, para a neta, para a ex-mulher e pensão para o filho. Também houve pensão para a viúva do motorista que morava em apartamento funcional e para o mordomo da filha Roseana (ex-senadora e atual governadora do Maranhão pelo PMDB) que acumulou emprego de motorista no Senado, além dos primos e primas, numa privatização de um espaço púbico jamais vista no país após a saída da coroa portuguesa.

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A crise acabou por sufocar o Congresso, até que, o presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) sustentou a permanência de José Sarney na presidência do Senado em uma justaposição patética que colocou o seu aliado, Aloizio Mercadante (senador pelo PT-SP), numa saia justa, pois o mesmo revogou uma decisão irrevogável de renúncia (isto é, disse que iria renunciar e não renunciou). E a tal prometida Reforma Administrativa do Senado não saiu. Talvez porque a Fundação Getúlio Vargas (FVG) articulava o lobby de cortar alguns cargos comissionados, e isso, os senadores não aceitaram.

E o ano terminou com a mais extraordinária demonstração de como funciona o esquema de corrupção no país. Desta vez, em imagem de vídeo e a cores, com áudio de muito bom som, num verdadeiro filme de terror exposto em horário nobre na televisão da sala de estar, onde o governador do Distrito Federal (José Roberto Arruda – agora, sem partido) recebe pacotes de dinheiro de origem suspeita. Juntamente, na mesma condição quadrilheira, aparece também, o presidente da câmara distrital embutindo dinheiro ilícito nos bolsos do paletó e na meia.

O absurdo se concretiza quando o mesmo grupo de pessoas (corruptas) surgem (no vídeo) fazendo uma oração como forma de agradecimento pela propina recebida em uma imagem nunca antes posta em público nessa Terra Brasilis. Foram empresários pagando e funcionários extorquindo. Mas, o que realmente surpreende é o fato de que o governador do Distrito Federal (José Roberto Arruda – agora, sem partido e entupido de denúncias de corrupção) continua no mesmo lugar, isto é, no mesmo posto de governador distrital (e cheio dos desmandos quando mandou a cavalaria da Polícia Militar descer a borduna em um grupo de manifestantes que reivindicavam o impeachment). E como complemento, no último dia do ano de 2009, o presidente da câmara distrital, Leonardo Prudente, do DEM (o deputado da meia e que de prudência não entende nada), reassumiu a função na cadeira da presidência da Casa.

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Em suma; Do ponto de vista político, demos um passo atrás, ou melhor, nossos políticos (não quero generalizar), que, através do voto, obtiveram carta branca para representar a população na administração dos benefícios para uma melhoria na qualidade de vida e melhor distribuição de renda, apenas distribuíram melhor a renda em seus próprios bolsos. Só espero que as eleições deste ano possam renovar e promover uma mudança substancial neste quadro político manchado pelas péssimas e imprestáveis atuações, pois estamos vendo coisas que antes não víamos.

É bem verdade que o trabalho de investigação deu um salto considerável de qualidade, mas a punição ainda deixa a desejar. É necessário prevenção e um corte considerável nos cargos comissionados. É necessário impedir a candidatura dos ficha-sujas. É necessário uma reforma política inteira e não pela metade. Instrumentos nós temos, mecanismos para impedir a corrupção também, falta apenas vontade política.

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Ah! O governador José Roberto Arruda (sem partido e entupido de denúncias de corrupção) ainda não prestou depoimento no inquérito em que se apura a violação do painel eletrônico em 2001. Se o caso estivesse sido apurado e ele condenado, então ele jamais poderia se candidatar e se eleger a um cargo de grande responsabilidade, como é o de administrador público do Distrito Federal e ficaria assim, inelegível além de responder processo sujeito a uma sanção de maior punição. Mas a justiça é lenta e existe também o foro privilegiado.
publicado no JM News em 04/01/2010 22:41:15

Promessa de político


O papo é que passamos por uma virada de ano e o governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido e cercado de denúncias por todos os lados) não cumpriu com a promessa de apresentar provas irrefutáveis no primeiro dia do mês de janeiro, que evidenciariam a sua inocência. Agora, resta ainda, a outra promessa, a de que cumprirá o seu mandato de administrador distrital até o último dia. Mas isso, se a análise dos processos de impeachment e a instalação de uma CPI da Corrupção na Câmara Legislativa cair como uma pedra no seu telhado de vidro.

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Em suma; Confiar na palavra de um político corrupto é o mesmo que voltar à velha infância, quando a inocência ainda permitia acreditar em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e outras lendas que compõe o imaginário fantástico das fantasias.

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Ah! O outro detalhe é que por de trás das cortinas (que sinalizam a condição de recesso de fim de ano), parlamentares já estão articulando uma proposta para abrandar as denúncias de corrupção a fim de serenar a crise política.
publicado no JM News em 01/01/2010 17:59:07

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Passa a régua. Retratação - As imagens falam por si e o governo distrital volta a trabalhar


O papo é que quando, ao acionar o botão que configura a atualização do (meu) último post aqui publicado (neste excelente canal interativo e democrático de comunicação - e quero enfatizar aqui, os meus parabéns a essa maravilhosa equipe responsável pela elaboração e produção desse jornal), acontecia em Brasília, uma ação que foi de encontro ao prognóstico de elogio (que fiz, confesso), em parecença a uma manifestação pacífica (um pequeno engano configurado numa espécie de protesto dos mais civilizados, que assim, poderia ter virtualmente presenciado) das pessoas que lá exigiam uma reação de justiça em relação à questão do flagra obtido (tipo batom na cueca) do então governador do Distrito Federal, na coordenação e na distribuição de dinheiro adquirido de forma suspeita e ilícita para seus cúmplices, que, em minha opinião trata-se de formação de quadrilha.

A Polícia Militar de Brasília atendeu a solicitação hierárquica do governador (flagrado em seu próprio gabinete distribuindo pacotes de dinheiro nos bolsos, na cueca, nas meias e nos panetones), e desceu a borduna, o cassetete, as bombas de gás lacrimogêneo, as balas de borracha e as ferraduras dos cavalos em um grupo de manifestantes que protestavam contra a corrupção no Distrito Federal. A ação policial truculenta em nome do governador foi eficiente na forma de demonstrar o péssimo exemplo de como não se deve fazer política no Brasil, porém a interpretação foi erronia e a pífia atuação da política (política) deveria estar voltada para o combate de crime de corrupção, roubo, bandalheira e superfaturamento, como foi claramente demonstrado no áudio e nas imagens produzidas no próprio gabinete distrital.

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Pois bem! Logo em seguida, vem à mídia, o nosso então Presidente da República Federativa do Brasil (Luiz Inácio Lula da Silva), no alto dos seus 83% de popularidade e profere uma declaração a imprensa de que é necessário fazer alguma coisa contra a corrupção na política (então pensei: mas puxa vida, somente agora senhor presidente, após os seus 8 anos de mandato é que se descobre que tem que fazer alguma coisa contra as ações de corrupção no Brasil?).

Rouba-se uma barbaridade nesta república. A roubalheira comeu solto nesses 8 anos, assim como também comeu solto em governos anteriores. E onde está aquele homem da biografia demonstrada naquele filme do Luiz Carlos Barretos (Lula, o Filho do Barsil), com um compromisso ético, e com um olhar voltado para a sociedade de um país que tinha que melhorar.

O cara que, em um discurso emocionado dias atrás, gostaria de saber se o povo está na m* e que a sua intenção seria tirar esse povo da m* (de fato, palavrão espontâneo e discurso emocionado em defesa do povo. Lula é um excelente comunicador de massa, melhor até, que o velho Chacrinha). Aquele filme causa comoção e lágrimas (senhor presidente). As pessoas saem de lá tocadas, e somente agora, é que se descobre que a corrupção tem que ser tratada como um crime hediondo (francamente, senhor presidente)?

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Agora, vem o seo Arruda e anuncia a sua saída do DEM (Democratas) com aquele praxe de discurso contundente que ataca àqueles que o acusam. Em defesa de sua honra. Em defesa do seu mandato de governador outorgado pela população que lhe consentiu uma carta branca para administrar o distrito, juntamente, com a intenção (hipócrita) de não se candidatar a nenhum cargo político para as próximas eleições (como se fossemos perder muito com essa decisão) e com a vontade comunal de se dedicar inteiramente e intensamente a trabalhar pelo desenvolvimento de Brasília (imagina se ele intensifica mais o seu trabalho, o tamanho do cofre forte ele terá que construir para guardar os seus pacotes de dinheiro).

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Em suma; Quem paga o preço é aquele que pede por justiça. É o cidadão estendido no chão, desarmado, sem condições de defesa (e que já está farto de tanta impunidade no meio político) que ouve o tropear dos cascos e das ferraduras dos cavalos (do haras do governador) muito próximos dos ouvidos, que sente nas costas, a camassada de um bastão de borracha maciça, que sente na pele, o impacto doloroso de balas de borracha. São pesos diferentes para as medidas enfadonhas. A dor para o cidadão e a impunidade para o político safado, que banha o rosto com óleo de peroba logo quando acorda (para que o brilho dos holofotes da imprensa não ofusquem a sua imagem cara-de-pau).

E para fins de complemento, o Senado anunciou que vai rejeitar o pedido de impeachment do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (agora, sem partido), protocolado pelo servidor público federal Altivo Fausto Martins, uma vez que foi baseado em lei de 1986 (portanto, anterior à Constituição de 1988) que instituiu a autonomia do DF. Assim, a Casa deve arquivar a proposta sem dar prosseguimento à sua tramitação.

Em outro ponto de fuga estratégica que envolve a intenção de fugir dos subentendidos de abuso e corrupção, o seo Arruda, em reunião com o secretariado do GDF (Governo do Distrito Federal), resolveu antecipar para o próximo dia 18 o pagamento do salário de dezembro para todos os 45 mil servidores do governo local (uma somatória de R$ 193 milhões). Um afago para o funcionalismo a fim de desviar o foco das atenções.

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Ah! Que me perdoe os candangos mal informados, que pela prática democrática do voto, elegeu um cidadão safado (que já demonstrou sinais de corrupção quando o mesmo violou o painel eletrônico do senado) para o cargo máximo da administração distrital.

publicado no JM 16/12/2009 11:30:19