quinta-feira, janeiro 08, 2009

A herança dos antecessores

.

Mesmo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, novos prefeitos enfrentam a situação de assumir o comando do município diante de uma situação de caos nos primeiros dias de mandato. Dívidas milionárias fazem com que muitos administradores decretem estado de moratória no município. A lista de problemas detectados inclui dívidas acumuladas, salários de servidores atrasados, sumiço e destruição de documentos, equipamentos e máquinas sucateadas.

Em Nova Tebas (região Central do Estado): No pátio de máquinas, veículos estão estaqueados, sem rodas, sem pneus. Ambulâncias com motor incompleto ou em estágio de fragmentação. No hospital público faltam alimentos, cobertas, toalhas, material de higiene e nem mesmo comida para oferecer aos pacientes internados, ou melhor, estavam disponíveis somente dois quilos de fubá, um pacote de açúcar, um pacote de farinha de milho e água. Na questão de TI, parte do sistema de acesso a internet que interligava os diversos setores da administração municipal sofreram danos, assim como supostos sumiços de computadores.

Em Campina Grande do Sul, região Metropolitana de Curitiba: O novo prefeito encontrou um rombo de pelo menos R$ 8 milhões em dívidas, segundo levantamento preliminar e não há linha de telefonia disponível devido a falta de pagamento.

Já em Araucária, também na RMC: O prefeito descobriu que seu antecessor suspendeu a pouco dias da posse, uma licitação iniciada para compra de material escolar que seria distribuído aos estudantes da rede municipal.

Em Rio Branco do Sul (Região Metropolitana de Curitiba): O prefeito decretou moratória por 90 dias, para análise das dívidas, que segundo o montante pode chegar a R$ 7 milhões. A dívida com fornecedores é de R$ 1,9 milhão, com a empresa responsável pela limpeza da cidade é de R$ 600 mil e mais o mesmo montante em convênios para a prestação de serviços como saúde. Os salários de dezembro e o décimo-terceiro, também, não teriam sido pagos e a dívida em precatórios judiciais, chegam a R$ 3,3 milhões.

A cidade de Ribeirão do Pinhal (57 km a oeste de Jacarezinho): As dívidas também levaram o novo prefeito, a decretar moratória em apenas um dia depois da posse. Segundo o prefeito, o valor das dívidas representa cerca de 13% do orçamento total da cidade previsto para este ano.

Em Campo Magro (Região Metropolitana de Curitiba): O prefeito eleito acusa o antecessor de ter deixado uma dívida de R$ 5 milhões. Os servidores estão sem receber desde dezembro. Só em salários atrasados o município deve cerca de R$ 800 mil. O prefeito determinou um levantamento do patrimônio para identificar um suposto sumiço de equipamentos da prefeitura. O antecessor não compareceu nem para repassar o cargo.

===

E assim caminha a humanidade.

.

Nenhum comentário: