quinta-feira, maio 28, 2009

Estopim aceso e um alerta internacional


Os testes nucleares realizados pela Coréia do Norte, e seguido por lançamentos de mísseis de curto alcance no Mar do Japão colocam o resto do mundo em um estágio de apreensão, embora ajam informações de que não há mobilização de tropas dentro do país.

A preocupação tomou corpo, depois que a Coreia do Norte anunciou o rompimento do armistício (que pôs fim à Guerra da Coreia, em 1953), em resposta a uma iniciativa da Coréia do Sul que decidiu aderir a um programa liderado pelos Estados Unidos chamado de Segurança contra a Proliferação (PSI, na sigla em inglês), onde prevê a vistoria de navios suspeitos de transportar armas de destruição em massa.

Em outubro de 2006 a Coreia do Norte realizou o seu primeiro teste nuclear que envolveu a explosão de um artefato com potência estimada de 6 quilotons, o equivalente a 6 mil toneladas de dinamite. Esse último teste executado a poucos dias (segunda-feira, dia 25) sob as ordens do ditador coreano Kim Jong-il, demonstra o avanço no poderio militar desenvolvido no país nesses últimos anos.

Estima-se que a ogiva nuclear detonada nesse último teste submarino teria uma potência aproximada entre 10 e 20 quilotons, ou seja, comparável à que os americanos jogaram nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945 e que deixou um saldo de 140 mil a 220 mil mortos de forma instantânea.

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A Coréia do Norte é um Estado Stalinista, abandonado, solitário, autoritário, ditatorial e tão isolado, que as técnicas normais de uma opressão internacional não surtem efeitos. É um país misterioso onde quase ninguém entra. Nesse país não existe sociedade civil, não existe opinião pública, não existe imprensa, não existe congresso. E agora, estamos diante de um fato consumado, pois eles detonaram um segundo engenho nuclear, com poderio destrutivo muito superior ao primeiro, desafiaram o grupo dos seis, e sinalizam que irão prosseguir com os trabalhos de pesquisa bélica nuclear. O único país com influencia lá é a China, mas ela reluta em agir contra um antigo aliado, como se fosse uma criação própria, desde a Guerra das Coreias.

É uma situação delicada, eles desafiam mesmo e mandam um recado para o mundo: se afaste de nós. Ninguém gosta do regime da Coréia do Norte e todos desconfiam do país. Esse recado tem um motivo, e o motivo é que a Coréia do Norte está tratando de sua sucessão governamental, após o acidente vascular sofrido pelo seu ditador, em agosto passado. E ninguém sabe ao certo quem será o sucessor.

Essa talvez seja a mais complexa negociação que exista na diplomacia internacional, pois a qualquer sinal de uma invasão militar na Coréia do Norte, e mísseis serão disparados a presto contra a Coréia do Sul.

O que passa com a Coréia do Norte?

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