terça-feira, março 24, 2009

A velha formalidade e a velha demagogia

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Em palestra proferida pelo presidente do Senado, para a comportada platéia de estudantes da Faculdades Metropolitanas Unidas de São Paulo (FMU), e com direito a elogio articulado por um Ministro do Supremo Tribunal Federal, sobre a postura do velho dinossauro da política brasileira em comparecer ao evento mesmo em meio a grande agitação pelo qual passa a Casa Legislativa, o presidente-mor do Congresso fez questão de exaltar a reforma administrativa que promete realizar, além do total empenho em assegurar a preservação da imagem do Senado.

Mas nem tudo são flores. Vinculado à questão da ausência de transparência, com uma população de cerca de 3 mil comissionados não concursados e com o esforço de negar que a maioria das 181 diretorias tenham sido criadas no período em que esteve no comando da Casa, ele reagiu: “Não posso dizer que não criei nenhuma diretoria, porque não me lembro. Mas a maioria foi criada em 2001”.

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Os problemas caíram no meu colo. É essa a frase que o presidente do Senado, do velho Partido do Movimento Democrático Brasileiro do estado do Amapá, porém radicado no Maranhão (PMDB-AP), usou para justificar a desobrigação da responsabilidade sobre a estrutura burocrática da Casa.

Atravessamos muitas crises e críticas, mas, nenhuma delas sobre minha gestão. E lá vai, mais uma frase de impacto para se eximir de qualquer artifício de culpa, que sai da boca demagoga de uma pessoa que mais conhece o funcionamento do Congresso Nacional.

Tudo bem, tudo bem, todo o inculto tem o direito de acreditar em Papai Noel e crer que desta vez, no mandato de vossa excelência, sairá a tão sonhada reforma administrativa e política, prometida desde os idos da abertura política e pós-regime militar.
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