quarta-feira, novembro 25, 2009

Uma questão delicada para o Lula


O papo é que um encontro diplomático entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Irã, Mahmoud Ahmedinejad, programado para acontecer em Brasília, no mês de novembro, pode desencadear em olhares de desconfiança por parte de uma grande parcela da comunidade internacional, em especial, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas – que é um órgão com poder para autorizar ações internacionais, como a imposição de sanções, o envio de forças internacionais e o uso da força contra países) e da comunidade judaica, que prometem manifestações e protestos.

Embora a alegação da visita esteja “oficialmente” voltada para a discussão de um processo de integração econômica e cultural, onde visa resultar no fim da exigência de vistos para cidadãos dos dois paises (e se a previsão se concretizar, o País será um dos poucos a não exigir visto para os cidadãos iranianos) e na complementaridade da atividade produtiva para o fornecimento de tecnologia agrícola e de insumos petroquímicos e adubos. Muito se teme, que o verdadeiro objetivo dessa visita esteja diretamente ligado no acordo de parceria e na colaboração para o desenvolvimento de projetos para a área nuclear.

A reação negativa se deve ao fato de que o Irã (que tem sido apontado pelos EUA, Grã-Bretanha e França, entre outros), busca acordos de desenvolvimento de tecnologia nuclear para fins militares (embora a negação seja sistemática), além do orgulho que Ahmadinejad carrega em afirmar que o Holocausto é um mito e que tudo não passa de um pretexto para a criação do Estado de Israel. Ahmadinejad chegou a afirmar publicamente que quer destruir o estado judeu e também é condenado por ativistas em acolher terroristas envolvidos em um ataque a um centro comunitário judeu que aconteceu em Buenos Aires em 1994.

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Em suma. Se uma visita pura e simples de Ahmadinejad manifesta e provoca um ponto de tensão que fere as suscetibilidades e idiossincrasias no mundo diplomático internacional. O que imaginar de uma visita que aspira acordo de tecnologia nuclear que tenha como pano de fundo, aspirações militares.

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Ah! Legitimamente, tanto o Irã como o Brasil tem o direito de aspirar um programa de desenvolvimento nuclear, portanto, um conselho de segurança da ONU, lotado de ogivas nucleares, não tem o direito e a autoridade moral de proibir que qualquer outro país o tenha, pois, além das nove potências militares que já estão dotadas de armamento nuclear (entre elas, Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, China, França, Israel, Índia, Paquistão e a Coréia do Norte, que há poucos dias, realizou seu primeiro teste nuclear subterrâneo), cerca de 30 outros novos países poderão desenvolver armas nucleares, conforme relatório divulgado em Viena, pelo então diretor Mohamed ElBaradei, da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
publicado 27/10/2009 17:19:22 - JMNews

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