quinta-feira, dezembro 10, 2009

Orientações do Manual Prático do Político Corrupto


O papo é que, após 7 dias de ocupação na Câmara Distrital de Brasília por manifestantes da classe estudantil que, sob a forma de protesto, reivindicaram o impeachment do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, do partido dos Democratas (DEM-DF - flagrado por áudio e vídeo com pacotes de dinheiro supostamente arrecadado de forma ilícita e bem distribuída entre bolsos, cueca, meia e panetone), foram retirados do local por integrantes da Polícia Militar (com um efetivo aproximado de setecentos PM’s, sendo que trezentos eram componentes do BOPE - Batalhão de Operações Policiais Especiais) que foi acionada em função do cumprimento de reintegração de posse expedido na última sexta-feira pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF).

Agora, o presidente interino, deputado Cabo Patrício do PT (Partido dos Trabalhadores), garante um prazo de 48 horas para que os parlamentares distritais elejam o presidente, o relator e 9 deputados que farão parte de uma Comissão Especial, responsável pelo processo que irá analisar o caso. Com isso, o governador do Distrito Federal terá um tempo determinado de 20 dias para compor a sua defesa no processo, e somente depois, os deputados poderão decidir em plenário pela abertura ou não, de um conjunto de autos para formular o impeachment. Se a decisão for favorável, uma nova comissão será formada por 3 parlamentares e 3 desembargadores, que terão cento e vinte dias para analisar a abertura de um decurso de crime de responsabilidade.

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O curioso é que após 6 dias de ocupação no legislativo brasiliense, os estudantes que saíram carregados por PM’s (Policiais Militares), se depararam com um grupo de trezentos manifestantes (corpulentos) pró-Arruda, que surgiram lá, para coagir e ameaçar fisicamente a integridade de quem exigia a punição imediata do então governador que foi flagrado, em seu gabinete, coordenando uma distribuição de pacotes de dinheiro (sujo) a assessores, deputados e secretários, numa demonstração explícita de escândalo intrigante e acintoso.

A despeito da desocupação, não houve traumas, nem brigas, nem porradas, nem tiros de balas de borracha, apenas ofensas de decoro sem maiores gravidades que produziram um outro escândalo ainda mais insidioso. Com que argumento um cidadão decente de Brasília se coloca em uma posição de gritar palavras de ordem do tipo, “deixa o homem trabalhar”, para defender um político flagrado, movido a pacotes de dinheiro de origem desconhecida e com destino um tanto suspeito em plena luz do dia, no meio de uma semana e em horário habitual de quem produz e trabalha?

Quem são aquelas pessoas? Que identidade têm aquelas pessoas? Onde trabalham aquelas pessoas? Quem lhes paga o salário? De onde vêm aqueles ônibus? De onde vieram aqueles manifestantes? O que fazem aquelas pessoas para estarem ali? (...) Porque os outros eram estudantes, e estudante mata a aula e vai para a manifestação! (...) E aqueles trezentos cidadãos em dia útil de trabalho fazendo algo que não é trabalhar? Vivem de quê? Trabalham onde?

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Em suma; Isso é uma manifestação de milícia, parte prestadora de serviço para a marginalia que ocupa Brasília. Essas ações são tão escandalosas quanto ao recebimento de pacotes de dinheiro mal explicado em gabinete oficial do Distrito Federal (ou diria, Detrito Federal).

E depois somos obrigados a engolir a desculpa articulada e decorada como indica o “Manual Prático do Político Corrupto” que é distribuído após o pagamento da primeira parcela em dinheiro público surrupiado, onde diz que o governante deve partir para a ofensiva quando for flagrado fazendo besteira.

Parágrafo primeiro: Quando acusarem o político prevaricador de receber propina, o mesmo deve se dirigir ao plenário e a imprensa, jurar de pé junto e bradar com toda a convicção de um ator que vocifera, seguido das seguintes palavras: Mentira! Calúnia! Injúria! Difamação! Embuste! Invenção! E colocar a culpa nos caluniadores, na população e na imprensa. Só assim, com essa ofensiva, o político venal passará a sensação de que estão acusando a pessoa errada.

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Ah! Um político corrupto, mesmo flagrado fazendo besteira, nunca erra duas vezes, portanto, ele (o seo Arruda) não vai admitir que estava fazendo algo de errado e sendo assim, desta vez, não pedirá desculpas como fez da vez em que fraudou o painel eletrônico do senado, durante processo de cassação de ex-senador da república, através de votação secreta.

publicado em 09/12/2009 22:10:35 - JM News

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