quinta-feira, dezembro 10, 2009

No fundo o mensalão é um bom negócio


O papo é que, depois de uma longa penúria (pelo fato de quase padecer), a Procuradoria Geral da República (PGR) acatou a denúncia contra o senador Eduardo Azeredo, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB-MG), para o caso que carrega a alcunha de mensalão mineiro do PSDB.

O parlamentar e outros investigados são acusados pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro, supostamente, praticada em um desvio que acerca R$ 3 milhões e R$ 500 mil dos cofres públicos, durante a campanha eleitoral de 1998 ao governo de Minas Gerais. Na ocasião, o principal suspeito tentava a reeleição, mas acabou sendo derrotado por Itamar Franco.

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As manchetes dos principais periódicos induzem ao entendimento de que, a solenidade traduz a sensação que as coisas estão funcionando, e que, quem pratica o mensalão vai se arrebentar. Mas, como as manchetes não são eternas (pois, os assuntos não se renovam), como caso do mensalão de Brasília que ocorreu há uma semana atrás e já perdeu a sua capacidade de notificação de cabeçalho.

Mas o detalhe é que, o peculato e a lavagem de dinheiro, supostamente praticada no mensalão mineiro, ocorreu na campanha eleitoral para o governo em 1998. Essa é uma decisão de quase 12 anos. E você (caríssimo leitor) acredita que essa resolução irá punir? Irá mandar prender? Irá fazer com que os responsáveis devolvam o dinheiro? Irá cassar os mandatos dos peculatários?

Não posso afirmar que tudo será um ledo engano, pois, não há nada de jubiloso no logro. Tudo será, como afirma o presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, sobre a relação do mensalão de Brasília. "Todos são inocentes até que se prove o contrário". E como o próprio Lula (Presidente da República Federativa do Brasil – que decepção – perdeu a moral no pau-de-arara em algum lugar, na estrada entre Pernambuco e São Paulo) declarou: “As imagens não falam por si”.

Ironicamente, o assunto se volta para a Reforma Política, sob o contexto de justificar que a classe política não é criminosa.

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Em suma. Não precisamos de uma Reforma Política (constituída pela metade) para convencer os nossos políticos de que não há necessidade de se tomar dinheiro de empresários. Não há necessidade de superfaturamento em obras. Enfim, não existe necessidade de se tornar um criminoso, ou um ladrão de colarinho branco. O salário é mais que justo. Compõe um benefício empresarial. Se realmente o cidadão está disposto a se tornar político e defender uma causa ideológica em favor da população. Ótimo. O salário não é ruim. Mas, se o cidadão tem outras intenções. Dá no que dá.

A população tem que aprender a votar, e não cair na lábia paga com dinheiro sujo, como moeda de troca. O que dá a entender, é que o voto é uma mercadoria monetária. Que o mensalão é um bom negócio. Que superfaturar obra, é um ótimo negócio para a aquisição de correligionários.

Agora, a discussão sobre esse mensalão mineiro começa do zero. Cabe a interpelação sobre a culpa, sobre as provas, sobre as testemunhas a favor, sobre as testemunhas contra, sobre a acusação, sobre a defesa, e depois, ainda cabe os recursos.

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Ah! O presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, já usou parte da cota de passagens aéreas para voos internacionais, cedido a parentes (O Globo, 23.abr.2009), e até hoje, não conseguiu explicar ao Tribunal de Contas da União (TUC) as graves denúncias de superfaturamento, dos inacreditáveis 1.589% dos jogos Pan-Americanos de 2007 que tinham orçamento inicial de R$ 386 milhões, mas, que no final, foram gastos mais de R$ 4 bilhões.
publicado em 04/12/2009 21:30:30 - JM News

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