quinta-feira, dezembro 10, 2009

A mesma história de sempre


O papo é que a manifestação (como há muito não se via) na Câmara Distrital de Brasília, com direito a quebra-quebra, invasão do plenário, caixão lúdico para sepultamento político, caixas de panetone, resultou em um pedido de reintegração de posse no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), caso os estudantes que ocupam as suas dependências não deixem o plenário.

Cerca de 100 estudantes passaram a noite dentro do plenário da Câmara devido à irresponsabilidade política flagrada por câmeras de vídeo, onde envolvem representantes públicos administrativos de alto escalão como: governador, secretários e políticos distritais de vários partidos, daquela tal chamada, base aliada de governo.

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O DEM (Democratas) continua sem saber o que fazer com a dita caixa preta intitulada “batom na cueca de Arruda”. E a saída honrosa para o partido é a antiquada e obsoleta máxima de sempre. Fórmula consagrada dos velhos esquemas históricos da política brasileira em que a cúpula do partido se reúne e chega ao acerto de que: “o partido continuará dando respaldo nas votações, mas, não existe condição de manter o acusado na agremiação política”.

Isto é, José Roberto Arruda será defenestrado do DEM, como detalhe de pano de fundo para justificar a bandalheira generalizada flagrada por uma câmera oculta (só faltam defender a tese de que tudo não passou de uma armação, para uma pegadinha do programa do Sérgio Malandro ou do Sílvio Santos).

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Ironicamente e infelizmente, é um fato natural dentro do contexto político em que vivemos. E agora, o modal discursivo que entra em pauta e que seguirá até o recesso parlamentar de fim de ano (que serve como um degelo a fim de esfriar o infortúnio ocorrido) será. “O Financiamento Público de Campanha”, onde os políticos defenderão o fato de que a ausência de uma reforma política (para desviar o foco das atenções e os artifícios de pressuposição) foi a principal responsável pela prática “absurda” da arrecadação de dinheiro que serve para honrar os compromissos financeiros de uma campanha eleitoral. (...) continua - tipo discurso político (...) “O Financiamento Público de Campanha acabaria com isso e evitaria que o político fizesse esse tipo de périplo com empresários para conseguir dinheiro a fim de financiar as atividades políticas eleitorais”. O próprio presidente Lula já encaminhou duas propostas políticas para a Reforma Política e agora, o assunto entrará na pauta de discussão.

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Em suma. Desde quando a corrupção, a ladroagem, o propinoduto tem algo a haver com a Reforma Política. Isso é coisa de bandido, de quadrilha, de legislação penal. Falta moral, falta conduta ética a esses políticos de carteirinha.

A Reforma Política eventualmente regularia possíveis mecanismos de controle de campanha, como a intervenção de algum setor privado nesse processo de doação, ou algo muito próximo (e o caixa 2 foge dessa representação). O fato de serem (eles, políticos) corruptos, não tem nada a haver com Reforma Política.

Se um cidadão comum cai na malha fina da Receita Federal e deixa de pagar alguns impostos, ele incorre em um crime. E quando esse mesmo cidadão “vai em cana” por fraudar o pagamento de impostos (que são muitos), ele não é tratado como um mocinho ingênuo, inexperiente e imprudente que está indo para a cadeia, porque a legislação brasileira é injusta. Fato que se deve a tese de defesa que esses desavergonhados flagrados pelas câmeras ocultas estão com a intenção de usar.

Não se pode atenuar os crimes que esses safados cometem de prevaricação, assim como, não pode existir diferença entre um criminoso comum e um corrupto de colarinho branco.

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Ah! A linha da distribuição de propina segue pelo sentido hierárquico. Começa pelo governador, desce pelo vice, chega até o presidente da câmera e por aí, ladeira abaixo. No momento, o governo de Brasília está na mão do vice-presidente da Câmera, que é do PT (Partido dos Trabalhadores). Mas até quando?
publicado em 03/12/2009 19:29:14 - JM News

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