quinta-feira, março 25, 2010

A onipresença é apenas um atributo de divindades




O papo é que existe um Tribunal Eleitoral, cheio de Ministros, cheio de consultores, cheio de assessores e com trocentos mil juízes, funcionários e aspones, que parecem apreciar a utilização de uma bandagem negra nos olhos, para que assim, possam fazer vistas grossas a duas figuras exponenciais da política brasileira que atuam na articulação de uma campanha muito bem conduzida para longe dos artigos judiciários que configuram argumentos que identificam uma campanha política, mas, muito próximo dos subentendidos delineados, explícitos e escancarados contextos que expõe o entendimento de uma campanha eleitoral acintosa para os olhos inocentes da justiça eleitoral, que não aplica as obstes necessárias para frear essas intenções de índole suspeita.

A falta de vergonha é tão grande que agora eles inauguram até maquete, além é claro, de obras que já foram reinauguradas. Isso, definitivamente configura uma afronta ao raciocínio e o pensamento humano dos indivíduos que buscam um entendimento ideológico.

Há vários dias, depois de muito optar pela estratégia de ficar em cima do muro, o governador do estado de São Paulo, José Serra, do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), de forma desassombrada, escancarada, explícita e assumida, já articula a sua campanha eleitoral para a sucessão da Presidência da República, através da inauguração de um pequeno esboço de obra esculpida e moldada para apresentar a intenção de um possível projeto, que ainda irá passar por aprovações ambientais, urbanísticas, legislativas e judiciárias. Como se isso já fizesse parte legal das leis que regem as campanhas eleitorais.

E do outro lado, a dona Ministra Chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, do PT (Partido dos Trabalhadores), reinaugura, quase todo o dia, coisas que já foram inauguradas duas, três ou quatro vezes, além, é claro, de inflar os números da economia e das atividades de governo. Como se estivesse cercada de idiotas, ou como se subestimasse as pessoas que não possuem o conceito de fazer uma análise crítica do que ela faz.

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Essa onipresença, só as divindades podem ter. Como é que o governador do Estado de São Paulo pode estar exercendo a função de governar, se volta e meia está cercado de assessores e aspones comprometidos em uma nova modalidade de inauguração (tsk, inaugurar maquete é o fim). E a dona Dilma, que enceta obras que já foram inauguradas e que, ora vez, pertence a qualidade inerente de uma obra de responsabilidade de um estado da federação.

É aí que o cidadão se depara com as pesquisas de opinião, onde se observa que as “nossas excelências” obtêm altos índices de apoio por parte da população. Se essas pesquisas correspondem ao sentimento público, tudo bem, mas se são encomendadas é suspeita, pois, nenhum empresário ou empresa vai querer colocar a imagem do seu cliente em um relatório negativo.

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Em suma; Isso não pressupõe um expediente de trabalho? Isso não pressupõe um envolvimento físico, um horário, uma presença marcante nas atividades que lhe diz respeito a um gestor de estado, com todas as complexidades e com todos os desafios que um governante se propõe? Então, como é que eles ficam para cima e para baixo neste país, viajando de jatinhos? A custa de quem? Como se eles não tivessem o que fazer diante da estrutura monumental que envolve as responsabilidades atribuídas.

O senhor José Serra não é governador de São Paulo? Então o que ele faz no Sul do País, no Centro-Oeste, no Norte ou no Nordeste? Conferindo os atributos do líder do seu partido? E a dona Dilma Rousseff? Ela não é chefe da Casa Civil do Palácio do Planalto? Ela por acaso não tem funções para cumprir no que lhe diz respeito a suas tarefas diárias? Se tiver, ela não pode ficar batendo perna pra cima e pra baixo, com aquele sorriso contagiante e com aquela simpatia que nos chegam a arrebatar os sentimentos.

Eles abusam disso, como se o contrato que a sociedade afere fosse algo insignificante ou para o bel prazer. Esse contrato estabelece que o cidadão designado à função de gestão pública tenha por obrigação produzir e trabalhar. E isso significa acordar pela manhã, cumprir expediente, despachar determinados processos, tomar determinadas decisões e cumprir com as obrigações. Assim funciona o contrato de relação de trabalho de funcionários públicos, que é parte determinante com que a sociedade lhes oferece com pomposas gratificações salariais. Caso contrário, não se candidate.

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Ah! Outro detalhe. A dona Dilma Rousseff declarou que quando ela se licenciar definitivamente para trabalhar na sua campanha eleitoral, de forma ostensiva, passará a receber um salário do PT, porque ela não tem dinheiro, é pobre, não tem recursos e, portanto, isso significa que o PT irá lhe pagar um salário por aquilo que ela vai produzir, ou seja, a campanha eleitoral (mas pêra aí, ela não acumula um cargo no alto escalão na Petrobras?). Então porque é que eu tenho que colaborar com os seus “serviços” de bordo e de estadia? Quem é que está desempenhando a função a que lhe foi atribuída?

Quem é que está desempenhando a função de governar o Estado de São Paulo e quem é que está desempenhando a função de Chefe da Casa Civil da Presidência da República?

Até por que, eles não estão fazendo isso. Portanto nada mais justo que solicitar a demissão dos dois funcionários ociosos para as quais não exercem as funções a que lhes que foram atribuídas, além, é claro, de serem muito bem remuneradas.


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