terça-feira, março 09, 2010

Ameaçou dizer, mas não disse



O papo é que, logo após a quarta-feira de cinzas, o vice-governador de Brasília, Paulo Otávio (DEM), hoje governador de facto daquele distrito, apresentou uma declaração a um veículo de comunicação de grande circulação nacional, com a afirmação de que já estava com a sua carta de renúncia pronta para apresentar formalmente ao presidente Lula (devido ao subentendido não comunicado oficialmente e explicitamente, de que estaria enfiado até o talo nesse escândalo de distribuição de propina, embora as imagens em vídeo não o tenha revelado).

Estava tudo certo. Estava tudo na mais perfeita ordem. O vice e atual governador de facto de Brasília ameaçou renunciar. O presidente da Assembléia Legislativa de Brasília, ou melhor, da Câmara Distrital, declarou que se recusaria a assumir o cargo, assim como, ma mesma esteira, o vice-presidente da mesma casa, também seguiria essa opção de renúncia e com isso, assumiria o posto, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) do Distrito Federal a fim de preparar o terreno para uma nova eleição indireta, a cargo da Assembléia Distrital, para eleger um novo governo provisório (tampão) que conduziria a ocupação pública até as eleições de outubro deste ano, com a transferência de cargo em janeiro de 2011.

Porém, o pífio resultado da declaração se deu com a saída de Paulo Otávio do Gabinete da Presidência da República, após uma segunda tentativa de audiência com o chefe de estado, vencida pelo cansaço, pois, era notória a posição de que o mesmo estaria sendo driblado por assessores do Palácio do Planalto devido ao entendimento de que seria necessário evitar uma aproximação ou uma associação maior do presidente Lula com o caso do mensalão do DEM (Democratas).

Pois bem, Paulo Otávio saiu da audiência dizendo que o presidente Lula recomendou-lhe que ele esperasse por uma decisão judicial. Logo após, chegou a controvérsia, através do porta-voz da presidência da república, desmentindo a colocação do vice e atual governador de facto do distrito, em uma afirmação de que não houve qualquer conselho por parte do presidente da república.

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Em suma; Se isso houvesse acontecido, nós teríamos mais uma vitória em nosso orgulho, pois teríamos produzido, através da pressão popular, através da cobrança intensa da imprensa, consequências reais e pragmáticas que vem culturalmente sendo seguida desde a época do Brasil Colônia, que é absorver e ocultar esses atos de corrupção pública e explícita. Outro ponto que fica em questão e deixa uma interrogação para se analisar e pensar é. Por que receber Paulo Otávio e ficar no meio de uma discussão que envolve o partido opositor e um vice-governador notoriamente ligado a um esquema de corrupção?

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Ah! O desmando por parte do grupo de José Roberto Arruda (sem partido) continua em plena atuação. Durante todos esses dias úteis, seguidos, após a essa festa que é o carnaval. O bando de desocupados e desordeiros a soldo e a serviço do governador preso, que não se sabe do que vivem, ou do que trabalham, continuam a agredir jornalistas, estudantes e cidadãos que protestam no exercício do seu direito constitucional em obter uma informação ou até, uma satisfação sobre o destino dessas pessoas que meteram literalmente a mão no jarro e embolsaram o nosso dinheiro.

publicado no JM News em 20/02/2010 11:35:04

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