quinta-feira, abril 01, 2010

Desrespeito explícito


O papo é que a Lei Eleitoral que estabelece e define as normas para as eleições majoritárias no Brasil não corresponde com a realidade do país, ou se corresponde, então os políticos, os juízes e até os eleitores, fingem que ela não existe, porque não é respeitada e gera uma grande controvérsia.

O mais curioso é que essa é uma situação criada pelos próprios políticos, que em determinado momento entenderam que a campanha eleitoral seria muito longa, então, o Congresso Nacional votou uma lei onde implica que três meses seriam suficientes para se fazer uma campanha política, e que antes deste prazo, os candidatos estariam vetados a fazerem coisas que estivessem subentendidas como um planejamento estratégico de marketing pessoal, ou de montar comitês, ou de arrecadar dinheiro e muito menos de pedir votos.

Agora o que se vê é uma transgressão elogiada e politicamente celebrada, onde quem respeita a lei acaba sendo considerado como um político inábil, incompetente, incapaz e até arrogante. Isso ficou bem claro quando os próprios aliados do governador de São Paulo, José Serra do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) o bombardearam devido ao fato de ele se esquivar em assumir por definitivo a sua pré-candidatura para a presidência da república.

Pois muito bem, mas agora que já assumiu, na falta de obras de vulto concluídas, ele inaugura maquete, como a da ponte que ligará Santos a Guarujá, descerra placa de obra à distância e põe até outdoor em obra tocada pela prefeitura. E do outro lado da moeda a situação não é diferente, a pré-candidata-mor do PT (Partido dos Trabalhadores), Dilma Rousseff, então nem se fala. Ela inaugura hospital construído sem verba federal, inaugura trecho da obra polêmica na BR-319, que liga Porto Velho a Manaus, onde expõe divergências com o Ministro do Meio Ambiente devido a danos ambientais, além de numerosas ordens de serviços.

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Isto é. Todo mundo contra a Lei Eleitoral que eles próprios criaram. E quem se atreve a estabelecer a legislação, certamente será apontado como um mal candidato até mesmo pelo eleitorado e poderá pagar caro por isso, perdendo percentuais de pontos nas pesquisas. É um verdadeiro paradoxo. Uma situação esdrúxula que não faz muito sentido e a Justiça Eleitoral não têm o que fazer, pois se criam vários entraves em um ano eleitoral e as campanhas explícitas acabam se passando como subjetivas. A lei é desrespeitada pelos políticos que a transgridem impunemente.

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Em suma; Não seria o caso mudar essa Lei, pois impedir campanha política em um ano eleitoral chega a ser até um contracenso, ou então, uma bobagem. Mas a bobagem maior é que quem decidiu sobre esse assunto foram os próprios partidos. Até parece que a transgressão eleitoral tornou-se uma política necessária.

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Ah! Outro detalhe. É fato, existe uma proposta para mudar essa lei, mas já fazem duas ou três eleições que isso acontece nesse modelo. Resultado. Acabamos tendo uma situação deformada em um modelo de prazo, e agora, explicitamente desrespeitada.

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