sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Ofensiva para baixar o spread bancário

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Não é que somente agora o Governo resolveu pensar sobre uma proposta séria de estudo para divulgar um ranking sobre o custo do spread nas operações de empréstimos bancários.

A idéia é ótima e objetiva forçar uma concorrência no mercado financeiro.

Traduzindo para o bom português, a palavra spread significa: espalhar.

Essa extensão, propagação ou expansão pode ser facilmente esclarecida como é simples o funcionamento dessa estranha magia de pagar 0,6% e cobrar 9% ao mês.

É onde propicia a felicidade e os recordes de lucratividade do sistema financeiro para quem vive a custa da especulação.

Grande parte do lucro obtido pelos bancos através das correções de títulos advém de uma diferença referida como "Spread", que é o valor da diferença entre a taxa captada e a taxa repassada da mesma ação, título ou transação monetária ao consumidor.

Esse investimento parasitário permite que os bancos utilizem-se do seu dinheiro aplicado para repassar como financiamento de investimentos, de consumo, de pesquisas.

São recursos que serão aplicados nos papéis da dívida pública, nos papéis da bolsa e outros investimentos afins, socialmente regressivos.

A quase uma década e meia essa farra especulativa vem sendo patrocinada pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda, proporcionando uma hegemonia do capital financeiro especulativo.

Em suma, o Estado gasta com o pagamento dos juros da dívida externa, com saúde, com educação, com a Previdência Social e proporciona mundos e fundos para uma pequena minoria que comanda o capital especulativo.

Os bancos no Brasil agradecem pela margem de lucro.

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Será que só agora o governo abriu os olhos para essa farra especulativa e para os astronômicos lucros financeiros das entidades bancárias.?????

Enquanto persistir essa farra com os recursos do Brasil não sairemos da crise em que estamos mergulhados há duas décadas e meia.

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Vamos supor. Eu entro em um banco e deposito R$ 100 (referente a uma economia em que fiz resultante de um trabalho que custou o suor de minhas mãos) em uma caderneta de poupança. O banco me oferece um dividendo polpudo de 0,06% ao mês, logo lucrarei R$ 0,60 na aplicação e assim terei R$ 100,60.

Em seguida, esse banco oferece, no mesmo balcão, a um outro cidadão R$ 100 emprestados a uma pequena taxa de 9% ao mês, e além de todos os trâmites de cadastro, garantia, ficha pregressa, etc., essa ''pequena'' diferença é algo como 15 vezes mais.

Nenhum investimento permite ganhar tanto, em prazo tão curto, com tanta liquidez e pouco ou nada de imposto.

O lucro dos bancos no Brasil é uma coisa absurda e os economistas, os ministros, e os presidentes de bancos centrais sabem disso e funcionam como seus ventríloquos e interlocutores.

São ladrões legalizados que deitam e rolam.
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