quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Da Caximba ao Botuquara

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O esgotamento do aterro da Caximba pode levar a prefeitura de Curitiba a exportar detritos para Ponta Grossa. A afirmação foi do próprio presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), órgão vinculado ao Estado e responsável pelo licenciamento de terrenos para aterros sanitários. São 2,5 mil toneladas diárias de detritos produzidas pelo consórcio municipal da região metropolitana que integra a capital e mais 13 municípios.

Durante anos as prefeituras de Curitiba e de municípios da região metropolitana procuram estabelecer uma nova área para o depósito de dejetos devido ao esgotamento da vida útil do aterro da Caximba que poderá ser usado até janeiro de 2010. Na verdade o prazo máximo seria até a metade de 2009, provavelmente entre julho ou agosto, mas esse impasse sobre a construção de uma nova Central de Resíduos que demora cerca de nove meses para ficar pronto se arrasta a anos e o local ainda nem foi estipulado.

A nova célula de Unidade de Reciclagem, Tratamento e Destinação Final, que está nos planos do IAP, fica a 16 quilômetros do centro de Ponta Grossa, em uma região desabitada, sem a proximidade de rios e que está em fase final de licenciamento pelo instituto, mais precisamente, a quatro quilômetros do Aterro do Botuquara, que recebe 5,3 mil toneladas de lixo por mês de Ponta Grossa e Palmeira.

Embora não haja um acordo firmado oficialmente com o Consórcio Intermunicipal, o presidente da Ponta Grossa Ambiental (PGA), demonstra interesse em receber os resíduos da capital e região metropolitana. Segundo ele, o aterro tem capacidade para suportar cerca de 11 milhões de metros cúbicos, suficiente para receber durante dez anos o montante de lixo produzido pela capital.

Trata-se de uma área privada, e em tese, a Ponta Grossa Ambiental tem autonomia para decidir de que forma usar o terreno, dependendo apenas de uma licença liberada pelo IAP, com isso, o montante de lixo a ser recebido poderá ser negociado sem a intervenção da prefeitura ou da Câmara Municipal de Ponta Grossa.

Existem outras três áreas estão sendo estudadas: uma em um novo local no mesmo bairro da Caximba, em Curitiba e outras duas, em municípios da região metropolitana da capital, como na Fazenda Rio Grande e em Mandirituba, porém, existem precedentes jurídicos e limitações que podem impedir a instalação da central de resíduos por se tratar de uma área com elevado índice habitacional e outra área remanescente de floresta de araucária e nascentes superficiais.

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O assunto é delicado devido à razão da fragilidade ambiental. Os aterros são geradores de chorume que contamina a água e de gás metano que é tóxico. Portanto a instalação de um aterro necessita de estudos bem aprofundados.

Instalado há 20 anos, o aterro da Caximba recebeu inúmeras licenças para continuidade de seu funcionamento.

O IAP é o órgão licenciador, ele pode permitir o funcionamento do aterro, mas quem dá o alvará é a prefeitura.

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Ironia: Quanto às questões de logística, estação de transbordo e financeira, são apenas detalhes a serem acertados, afinal, existe viabilidade em viajar com o lixo por mais de 100 quilômetros?

Perguntinha: Esse aterro não fica próximo àquele recanto que abriga a antiga represa do Botuquara, que em tempos idos abastecia a cidade?
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