quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Plataforma de esquerda (tsk) para ampliar o papel do Estado


O papo é que, o documento do PT (Partido dos Trabalhadores) que compõe as diretrizes para o próximo governo, coloca a pré-candidata à presidência da república, Dilma Rousseff (caso a mesma venha a lograr algum êxito), um pouco mais à esquerda ideológica que a linha governamental de Luiz Inácio Lula da Silva, segundo declaração em que o próprio presidente do partido, Ricardo Berzoini, deu a um periódico de grande circulação nacional, na forma de reiterar essa posição pragmática.

A nova proposta do "Projeto Nacional de Desenvolvimento", a ser apresentado pelo partido no 4º Congresso Nacional, agendado para acontecer entre 18 a 20 de fevereiro, em Brasília, prega, ou melhor, prevê um governo que exercite uma grande “transformação”, com maior presença do Estado na economia, com fortalecimento das empresas estatais e das políticas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal para o setor de produção.

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(Ou eu estou muito mal informado, ou a esquerda mudou de posição, ou a minha formação é arcaica e antiquada, mas segundo me consta, a esquerda tinha uma vocação voltada mais para atitudes sociais, etc e tal...)

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Pois bem, quando se pensa em um programa voltado mais à esquerda que qualquer outro governante brasileiro já o tenha feito, logo, o que vem à cabeça é uma revolução social com maior planejamento e investimento direcionado a educação, a saúde, a programas que atendam as prioridades diretas e essenciais das necessidades básicas de uma população mais carente. E o que se vê nos noticiários é uma população atingida por alagamentos, por deslizamentos, soterramentos, pela dengue, pela meningite (devido a omissões, como no caso do governo da Bahia), pelo aumento nos índices de criminalidade das grandes cidades, pela falta de medicamentos nas unidades públicas de saúde, pelas crianças abandonadas nas ruas por falta de vagas em escolas públicas, pelo analfabetismo funcional devido a péssima qualidade de um ensino público, pela pirataria que sustenta o trabalho informal, pela falta de habitação e saneamento público que faz com que os esgotos a céu aberto recebam o nosso recado em forma de dejetos a cada dia, para que o futuro exercício da humanidade se vire com novas tecnologias de purificação da água, para que assim, seja transformada em potável.

Chamar uma maior presença do Estado no fortalecimento das estatais e com maior presença no mercado financeiro é apenas uma repetição de um modelo preservado por Lula nestes oito anos e que foi ampliado de um outro modelo aplicado por FHC, que também exerceu uma gestão de oito anos, onde tudo não passa de um jogo de frente na economia que é um pouco distante do social.

A aclamada Dilma Rousseff, terá um programa de governo de esquerda para fortalecer o jogo das estatais e da presença do Estado, porque é ali que se fazem as alianças políticas. A proposta do governo de esquerda é reforçar o interesse no mercado financeiro, porque ali estão os grandes grupos que sempre dominaram este país, como as grandes empreiteiras e as grandes corporações. O programa de governo de esquerda prega o estabelecimento das estatais para que possam lucrar mais e poderem dividir o bolo entre si mesmo e para os seus.

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Em suma; Não haverá uma revolução no perfil da sociedade brasileira em mais oito anos de mandato. A revolução para a dignidade da população de um país, está muito longe da promessa de governo que prega uma esquerda ideológica como essa que está mais próxima de um caixa financeiro de uma instituição bancária, ou da idéia do antigo ministro da economia, que atuou nos velhos tempos do militarismo, Delfin Neto, em que dizia: “É preciso crescer o bolo para que depois ele possa ser dividido”. Pois bem, esse bolo da história brasileira está crescendo de fato, mas ainda falta escola de qualidade, falta moradia de qualidade, falta saúde de qualidade e falta serviço público de qualidade.

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Ah! Ainda é muita ilusão para pouca realidade. E diante do quadro de postulados a gestão administrativa para esse país, apenas nos resta aguardar o andamento desse continuísmo. Esse programa será igual para todos, seja no governo Dilma, seja no governo Serra, seja no governo Ciro, seja no governo do Macaco Tião, Sargento Taínha ou da Lula Lelé.
publicabo no JM News em 10/02/2010 09:53:24

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