terça-feira, abril 27, 2010

Maturidade dos 50 ou imaturidade política


O papo é que há poucos dias Brasília viveu o um momento especial devido à comemoração do seu cinquentenário. Todos os cidadãos mobilizados para a festa transformaram a sede do poder e um espaço de lazer.

Simultaneamente, estudantes da UnB (Universidade de Brasília), ocuparam um prédio suntuoso, localizado na Asa Norte, construído com verbas que certamente estouraram todos os orçamentos de planejamento e que será destinado a nova sede da Assembléia Distrital de Brasília.

Os estudantes exigiam (e é claro, não conseguiram) a renúncia do recém-empossado governador-tampão do Distrito Federal, Rogério Rosso do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), eleito para um mandato que segue até o final do ano por uma Câmara Distrital onde a grande maioria da composição governamental estava diretamente ligada e participativamente ativa nas administrações de Roriz e Arruda (ex-governadores do DF).

Com a frase demagógica repetida por várias vezes que "Brasília é maior do que a crise", o então empossado governador, Rogério Rosso, enfrentou os estudantes que usavam nariz de palhaço e gritavam palavras de ordem contra a corrupção no governo distrital.

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Bem, na verdade a eleição de Rosso foi uma tapa na cara da ética e do respeito ao eleitor. Como é possível que na capital federativa do Brasil, à luz e aos olhos de todos os brasileiros, uma parcela significativa de deputados que receberam pacotes de dinheiro vivo colocados em bolsas, cuecas e meias, estejam aptos a eleger um novo governador, que de resto, emana do mesmo grupo partidário que controla a política no Distrito Federal (desde que o distrito é distrito), como se contra eles não pesasse absolutamente nada.

É claro que pesa e a única forma de sanar os escândalos de corrupção que assolam o governo de Brasília desde a operação Caixa de Pandora que trouxe à tona o chamado Mensalão do DEM, seria uma intervenção de nível federal.

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Em suma; Isso mostra o quanto estamos imobilizados, anestesiados e aparvalhados com a situação do país. A sociedade não reage. Não chama para si a responsabilidade. Aceita submissa a bandalheira dessa turma, enquanto que o único poder curativo é a mobilização popular. Claro, de forma organizada e ordeira, afinal não podemos seguir o exemplo desses desordeiros oficiais.

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Ah! Na verdade, não foi uma massa que ocupou o futuro prédio da Assembleia Distrital. Foi apenas, uma meia dúzia de 40 gatos-pingados que resistiram aproximadamente 48 horas e deram tchau, foram embora.

Existem certos países em que o menos é mais, e o mais é bicho feio. Que bom que o brasileiro é um povo pacífico e ordeiro, mas até quando?
por Sandro Ostroski

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